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26 de Outubro de 2018

Empresas pressionam o voto. Denuncie o voto de cabresto!


Escrito por: CUT editado por Fetquim


CUT editado por Fetquim

As eleições de 2018 serão marcadas pelo número recorde de denúncias de coação praticada por empresas ou chefes aos seus funcionários na hora de votar. Se este for o seu caso, denuncie! Voto de cabresto por abuso de poder econômico é uma característica do coronelismo.

Até o momento, a Procuradoria Geral do Trabalho (PGT) já registrou 199 denúncias pelo país, envolvendo 60 empresas.

Na maioria dos casos registrados nos últimos dias, os trabalhadores enfrentam constrangimentos públicos para que declarem apoio ao candidato de extrema direita Jair Bolsonaro (PSL) ou atuem em defesa dele.

O caso que mais repercutiu foi o do empresário Luciano Hang, que reuniu os funcionários de sua empresa, a rede Havan, para ameaçar que fechará lojas e promoverá demissão em massa se “a esquerda ganhar”. Após essa ação, a Justiça do Trabalho determinou que Hang fizesse um vídeo afirmando que os trabalhadores são livres para decidirem sobre o voto, sob pena de uma multa de R$ 500 mil.

Nesta semana trabalhadores da companhia aérea Latam também relataram constrangimentos por parte de seus superiores para declararem seus votos em Bolsonaro.

Outro caso polêmico está na Rede Record, onde o constrangimento envolve jornalistas, tendo até desligamento. O proprietário da empresa, o pastor Edir Macedo e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, declarou voto em Bolsonaro no início de outubro. 

Desde então, os veículos da rede - RecordTV, Record News, rádio Record e portal R7 - têm evitado veicular notícias que pareçam negativas ao candidato, além de dar tratamento desigual a Haddad. Com exceção do site, as emissoras utilizam concessões públicas, o que na teoria proíbe tratamento diferente às candidaturas. Apesar disso, o grupo segue desafiando a lei eleitoral.

A pressão sobre os jornalistas fez com que a chefe de reportagem do Jornal da Record, Luciana Barcellos, pedisse demissão na semana passada. Já no R7, os profissionais estão preferindo não assinar os textos que consideram ter viés partidário.