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26 de Novembro de 2019

Conheça os 7 temas aprovados no 13º Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC


Escrito por: Químicos do ABC


Químicos do ABC

Os delegados e delegadas ao 13º Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC  propuseram e apoiaram por unaimidade os temas a seguir:

1. Repúdio à Política Econômica do Governo 

O país sofre um verdadeiro colapso de investimentos produtivos. A taxa de investimento no Brasil está no menor patamar em mais de 50 anos, mostrando a debilidade da economia nos gastos com máquinas e equipamentos, construção civil e inovação. Na média dos últimos quatro anos, a taxa de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, que indica o nível de investimentos) ficou em meros 15,5% do PIB, percentual tão baixo que só é encontrado, na série histórica, na média dos quatro anos entre 1964-1967, após o golpe de Estado.

No ano passado, essa taxa estava em 15,8% do PIB e, segundo dados do FMI, a taxa média global ficou em 26,2% do PIB, mais de 10 pontos percentuais acima da verificada no Brasil; ou seja, com a política ultraliberal do atual governo estamos andando para trás, ao invés de avançar.

A instabilidade política gerada pelo próprio presidente e seus filhos que a todo momento fazem declarações irresponsáveis ou criminosas, contribuem para com essa situação.

A taxa de utilização da capacidade instalada da indústria está em torno de 75%, nível muito inferior aos tempos do governo Lula quando chegou aos 98%. Essa política econômica gera desemprego, aumento da informalidade e redução dos salários, benefícios e direitos dos que estão empregados.

Com a queda dos investimentos e o aumento do desemprego, constata-se rápido aumento do número de brasileiros que vive na pobreza. De acordo com o IBGE, os que vivem abaixo da linha de pobreza extrema (cujos ganhos não passam de R$ 7,00 diários) saltaram de 13,5 milhões, em 2016, para 15,2 milhões, em 2017. Quando consideradas as famílias que vivem com menos de R$ 406,00 por mês, o total subiu de 53,7 milhões, em 2016, para 55,4 milhões em 2017.

O povo brasileiro está ficando mais pobre devido essa política econômica do governo Bolsonaro. Por todo o exposto, o 13º Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC EXPRESSA SEU COMPLETO REPÚDIO A POLÍTICA ECONOMICA DO GOVERNO BOLSONARO!

2. Apoio e Solidariedade aos Familiares das Vítimas da Mineradora Vale em Brumadinho

Os delegados e delegadas ao 13º. Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC propõe moção de apoio e solidariedade aos familiares das vítimas da mineradora Vale responsável pelo rompimento da barragem de rejeitos na cidade de Brumadinho, Minas Gerais, no dia 25 de janeiro de 2019, que resultou na morte de 270 pessoas, a maioria, trabalhadores e trabalhadoras da própria empresa.

Essas famílias, organizadas na Associação dos Familiares das Vítimas da VALE em Brumadinho (AVABRUM) tem superado sua dor e sofrimento para lutar em todas as frentes – administrativa, política, legal, técnica, da informação e da comunicação – por uma série de objetivos imediatos e de longo prazo, como: a não paralisação das buscas até todos os corpos serem encontrados; a colaboração com os órgãos de investigação dos responsáveis diretos e indiretos pelo rompimento da barragem; a indenização das famílias; a garantia de direitos trabalhistas; a manutenção de dependentes; o esclarecimento devido a sociedade; a prevenção de novos acidentes no setor; a conscientização da sociedade e das comunidades locais, entre outros. Uma intensa atividade que merece nosso apoio e solidariedade em defesa da vida e da dignidade humana frente ao lucro exorbitante, a exploração e as práticas criminosas de empresários e gerentes inescrupulosos.

3. Repúdio ao feminicídio

As delegadas e os delegados ao 13º. Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC abaixo-assinados, expressam sua profunda preocupação e indignação com o aumento dos crimes de feminicídio, que são os homicídios cometidos contra uma mulher como resultado ou em um contexto de violência doméstica e familiar, normalmente acompanhado de práticas discriminatórias, vexatórias ou de violento assédio moral e sexual. Trata-se de um crime de ódio, que ocorre como parte de um processo contínuo de violências, cujas raízes misóginas se expressam por meio de uma vasta gama de abusos verbais e físicos como o estupro e a mutilação que precedem o assassinato em si da companheira, esposa, amiga ou colega de trabalho.

Sendo assim, os feminicídios são considerados mortes evitáveis que não aconteceriam se não houvesse um entorno cultural, social, político e econômico favoráveis a sua consecução.

O Brasil ocupa o 5º. Lugar no ranking mundial de feminicídio. Em comparação com os países industrializados, aqui se mata 48 vezes mais mulheres que no Reino Unido, 24 vezes mais que na Dinamarca e 16 vezes mais que no Japão ou Escócia. Em 2016, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no país.

Em 2019, o feminicídio cresceu 76% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, muito provavelmente como decorrência das expressões de machismo e misoginia das principais autoridades públicas do país, a começar pelo próprio presidente da República que não perde a oportunidade para atacar e desmerecer a mulher que trabalha ou que luta por seus direitos.

Por esta razão, as delegadas e delegados desse 13º. Congresso REPUDIAM EXPRESSAMENTE O FEMINICÍDIO E SUAS CAUSAS, reafirmando o valor do respeito humano e da dignidade moral e física de todas as mulheres, de todas as idades e condição social, de todas as regiões do país e independente de raça ou etnia. Exigimos o fim de toda forma de violência contra a mulher.

4. Pela Demissão do Ministro da Educação do Governo Bolsonaro

Os delegados e delegadas ao 13º. Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC propõe moção pela demissão imediata do ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, senhor Abraham Weintraub, devido as repetidas e exaustivas provas de completa falta de educação, despreparo e incompetência para o exercício do cargo.

É inaceitável que um ministro da Educação publique ofensas e ataques a estudantes, professores, pais e familiares de alunos de escolas públicas de todo o país, ao mesmo tempo em que corta verbas de pesquisadores e determina o fechamento de cursos da área de Humanas.

É inaceitável que um ministro enalteça a monarquia na data em que se comemora a proclamação da República e, ao ser contestado por uma pessoa, se dirija a ela de maneira chula e ofensiva, como: “prefiro cuidar dos estábulos, pois assim ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe.” Ou, quando requerido a ter bom senso, manda o interlocutor a continuar “procurando seu pai” pelas ruas. Uma vez mais, se comporta como um cafajeste mal-educado e não como autoridade pública cujo salário é pago pelos nossos impostos.

Irresponsável, acusa as universidades públicas federais “de plantar maconha” e chama os professores de “marajás gordos”. Ou seja, o ministro que deveria enaltecer e promover o ensino público de qualidade prefere atacar e denegrir a imagem das instituições e seus profissionais, merecendo, portanto, ser demitido para o bem do país e da educação.

5. Pela Demissão do Ministro do Meio-Ambiente do Governo Bolsonaro

Os delegados e delegadas ao 13º. Congresso do Sindicato dos Químicos do ABC propõem moção pela demissão imediata do ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro senhor Ricardo Salles devido seu completo despreparo e incompetência para o exercício do cargo.

Apesar de empossado como ministro do meio ambiente, Ricardo Salles tem se expressado mais como um defensor do agronegócio e de garimpeiros e mineradoras, do que do meio ambiente e da biodiversidade propriamente ditas, que constituem assuntos de sua responsabilidade.

Em seus onze meses a frente do ministério, Ricardo Salles tudo fez para desmontar os órgãos de fiscalização e vigilância da Amazônia, cortando verbas, deslocando e demitindo cientistas e especialistas, afrouxando todo tipo de controle sobre áreas protegidas legalmente contra o desmatamento e a exploração mineral ilegal.

Territórios indígenas e áreas e sistemas naturais sensíveis passaram a ser atacados e invadidos por milicianos e matadores profissionais a serviço de grileiros e garimpeiros que se sentiram estimulados pelo discurso irresponsável do próprio presidente Bolsonaro e seu ministro do meio ambiente.

A desativação do Fundo Amazônico criado em 2007 pelo governo Lula e a negação em continuar recebendo as doações milionárias de Noruega e Alemanha destinadas à proteção da floresta amazônica, contribuiu para o aumento das queimadas e do desmatamento ilegal. Aviões de vigilância e de combate a incêndio florestal deixaram de operar devido a falta de verbas para compra de combustível. Contratos para operação de satélites deixaram de ser renovados.

Como resultado, o desmatamento e as queimadas da região amazônica voltaram a crescer, alcançando repercussão global e a repulsa generalizada ao governo do Brasil em todo o mundo, o que acaba por impactar a economia e os investimentos externos de forma negativa.

O ministro Ricardo Salles se comporta mais como um agente dos interesses privados exploratórios e violentadores dos bens e recursos naturais do povo brasileiro, do que como a autoridade máxima constitucional responsável pela sua defesa e promoção. Por isso, propomos essa MOÇÃO PELA DEMISSAO IMEDIATA desse falso ministro do meio ambiente.

6. Repúdio e Condenação ao Bloqueio Econômico dos Estados Unidos da América ao Povo Cubano

 PROPOSTA DE MOÇÃO DE REPÚDIO E CONDENAÇÃO ao BLOQUEIO ECONÔMICO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA AO POVO CUBANO.

Desde que a Revolução Cubana de 1959 liderada por Fidel Castro e Che Guevara, libertou o povo da exploração capitalista, o vizinho Estados Unidos da América (EUA) realiza todo tipo de boicote para impedir o progresso daquele país sob um regime socialista;

Nesses 50 anos de processo revolucionário não faltaram tentativas de invasão da ilha e ameaças abertas de confronto, como a famosa “crise dos misseis” de 1962, que quase termina em uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, aliada de Cuba no contexto da chamada “Guerra Fria” que marcou o período pós-Segunda Guerra Mundial;

Com a queda do muro de Berlim e do regime da ex União Soviética em 1989, Cuba passou por um período de grandes dificuldades econômicas, já que mantinha relações comerciais majoritárias com países do antigo bloco soviético;

Visando enfraquecer ainda mais a Revolução Cubana que nunca engoliu, em 1996 o Congresso dos Estados Unidos liderado pela direita aprovou a chamada Lei Helms Burton que estabeleceu uma série de medidas destinadas a estrangular a economia da ilha para, dessa forma, derrubar o regime socialista liderado por Fidel Castro;

Uma vez mais fracassaram e a Revolução sobreviveu, passando a contar mais tarde, com relações comerciais e de solidariedade com a Venezuela de Hugo Chaves, o Brasil de Lula, a Argentina de Kirchner e todos os demais governos progressistas da região de América Latina e Caribe;

Desde então, Cuba passou a melhorar a sua infraestrutura de portos, aeroportos, rodovias e geração de energia, melhorando as condições de vida de seu povo;

Uma nova constituição aperfeiçoou a economia e aumentou a produtividade no trabalho, possibilitando o investimento externo e o desenvolvimento da empresa privada sem abrir mão do regime socialista controlado pelos trabalhadores;

Em 2016 o presidente Barack Obama determinou o afrouxamento do bloqueio por considerá-lo uma medida desumana e ineficiente para mudar o regime socialista, “uma herança da guerra-fria que havia terminado em 1989”, como disse;

Durante os últimos 28 anos a assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), aprova uma Resolução que determina o fim do bloqueio, por considerá-lo ilegal, injusto e desumano;

Nesse ano de 2019, a votação na ONU terminou em 187 contra 3, sendo um deles o Brasil de Bolsonaro, ao lado dos EUA e de Israel;

Uma vergonha para nós brasileiros: essa foi a primeira vez que um país latino-americano vota a favor de uma medida extrema que amanhã pode ser usado contra ele mesmo;

O presidente Trump está apertando o bloqueio mais que nunca, impedindo que qualquer navio que aporte na ilha venha a aportar nos EUA por 5 anos, gerando incerteza jurídica nos investimentos privados de turismo, impedindo o intercâmbio de moedas etc. Trump atende, dessa maneira, aos interesses reacionários da extrema direita cubana e americana baseadas em Orlando e Miami que insiste em querer interferir nos assuntos internos do país vizinho como se fora seu quintal;

Os cubanos e cubanas não devem aceitar essa intromissão;

A decisão da Assembleia Geral da ONU deve ser respeitada;

A soberania de qualquer país é inviolável

Exigimos o FIM DO BLOQUEIO DESUMANO DOS ESTADOS UNIDOS CONTRA A CUBA.

7. Solidariedade aos Trabalhadores e ao Povo Chileno

Os delegados e delegadas apoiam e propõem ao plenário do Congresso a seguinte proposta de Moção de Solidariedade aos trabalhadores e ao povo chileno:

Já completa mais de um mês a onda de protestos dos trabalhadores e do povo chileno contra as políticas neoliberais do governo do presidente do Chile, Sebastián Piñera. Uma política que apenas aprofunda a desigualdade social em benefício do grande capital e do sistema financeiro, tornando impossível a vida social em um contexto de privatização de todos os serviços básicos, como saúde, educação, aposentadoria, água e saneamento, segurança pública, transportes e rodovias etc.

Ao expressar seu descontentamento com esse modelo opressor e explorador os trabalhadores, a juventude, as mulheres e os aposentados foram barbaramente agredidos pelas forças da repressão e mais de 20 mortes foram registradas, além de perda de visão e agressão sexual.

A primeira reação do presidente classificado por Bolsonaro como “de direita”, foi declarar guerra ao seu próprio povo. Mas, assim como o extremista presidente brasileiro, Sebastián Piñera teve de pedir desculpas quando as manifestações reuniram milhões de chilenos ocupando as ruas das principais cidades do paí.

Agora, completamente acuado pela força do povo nas ruas e mesmo depois de anunciar aumento do salário mínimo e das pensões dos aposentados, o presidente chileno reconhece a necessidade de uma nova constituição no país, que venha para enterrar em definitivo o legado maldito do fascismo ditatorial do ex-presidente Augusto Pinochet, condenado por diversos crimes contra seu próprio povo;
Em razão do exposto, expressamos nossa solidariedade e total apoio aos trabalhadores e seus sindicatos e a todo o povo chileno que luta por melhores condições de vida e por uma sociedade mais justa e solidária.