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16 de Fevereiro de 2021

Autonomia do BC é colocar a raposa pra cuidar do galinheiro


Escrito por: Fetquim


Fetquim

O que a autonomia do Banco Central tem a ver com a classe trabalhadora? Deusdete das Virgens, diretor de Finanças da Fetquim, explica: 'É como colocar a raposa para cuidar do galinheiro. Essa tal autonomia coloca nas mãos do mercado financeiro o destino da política econômica, impactando na inflação, no emprego, no câmbio em todo o funcionamento da máquina econômica do país. Os grandes bancos e empresários definirão todo o rumo da economia", afirma.

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, concorda. "É uma afronta à democracia porque a população elege seus governantes para tocar a economia do país. “O Banco Central é responsável por garantir que a economia brasileira fique estável, regulando o sistema financeiro e mantendo o poder de compra da moeda do país, o Real. Mas, os trabalhadores e a população pobre têm uma visão de estabilidade e os ricos e o mercado têm outra, completamente diferente. Agora, com o Banco Central ficando nas mãos do mercado, vai prevalecer a estabilidade dos ricos, em prejuízo dos mais pobres”, lembra Juvandia Moreira.

A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira passada (10/02) o texto-base do projeto que prevê autonomia para o Banco Central. Sem discussões nas comissões e nenhum debate com a sociedade, a votação ocorreu um dia após ter sido aprovada a urgência do projeto. Agora espera a sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Para quem não sabe o Banco Central autoriza as instituições financeiras a funcionar e tem a função de fiscalizá-las. Caso não existisse ou não fosse uma entidade com essa força, poderia haver excessos por parte dos bancos.  O BC ambém é responsável por controlar a inflação e pela regulamentação e supervisão de todo o Sistema Financeiro Nacional. Isso significa que toda ação ou decisão tomada pelo Banco Central afeta diretamente as relações financeiras, influenciando em fatores como negociações, investimentos, moedas estrangeiras, crédito e preços.

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