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Waldemar Rossi estará sempre presente na luta contra o Golpe

No último dia 05 de maio houve a missa de corpo presente na Catedral da Sé pela morte de Waldemar Rossi, militante sindical com 82 anos,  e membro da Pastoral Operária da Igreja Católica. Ativo militante lutador pelos direitos dos trabalhadores, que também foi perseguido e preso pela Ditadura Militar. Tive militância com ele nos anos da década de 70, participando da Pastoral Operária na Zona Leste de São Paulo, que nos ajudou também na luta e na formação de uma chapa que venceu os pelegos de nosso sindicato durante a ditadura militar em 1982, também na luta pela Constituinte e pelas Eleições Diretas.

Na despedida dele, na missa na Catedral da Sé, celebrada por D. Angèlico Bernardino, ex-bispo da região Leste de São Paulo,  ele ressaltou a garra e luta desse companheiro durante toda a sua vida. Foi membro da Oposição Metalúrgica de São Paulo, candidato à presidente daquele sindicato, na tentativa de vencer o pelego “Joaquinzão”, que mantinha o Sindicato atrelado aos Ministros do Trabalho da Ditadura Militar, sob arrocho salarial e o amordaçamento dos sindicatos durante a ditadura, quando éramos perseguidos. Organizador incansável  e formador de diversos quadros no movimento sindical, preparando-os para a luta por melhores condições de trabalho e por melhores salários e em defesa do socialismo.

Lutador incansável de uma nova sociedade sem explorados e sem exploradores, enfim uma verdadeira sociedade cristã e solidária e socialista.  Foi também candidato à Constituinte de 1986, que tive a honra também de estar ao seu lado nas fábricas e bairros populares de São Paulo e ABC,  quando lutava também  pela ampliação dos direitos dos trabalhadores na Constituição.   Foi também o trabalhador que representou todos os trabalhadores brasileiros no Estádio do Morumbi  na presença do Papa João Paulo II em 1980. 

Na Missa,  D. Angèlico, acompanhada por mais de 1000 pessoas,  foi enfático quanto ao momento político atual, onde  é rasgada a Constituição Federal, para retirar um governo legitimamente eleito pelo voto, a pretexto de uma falsa campanha de combate à corrupção, frente a um governo novo que se forma com dezenas de deputados e senadores sob investigação de corrupção, com o intuito de retirar direitos e reduzir as políticas sociais.

D. Angélico ressaltou a todos que o momento, a exemplo da vida de Waldemar Rossi, é de resistência e não deixar que ocorra o retrocesso de nossos direitos. Com o golpe parlamentar e midiático querem rasgar a Constituição para retirar direitos suadamente conquistados. Não são os trabalhadores que devem pagar pela crise, deverá continuar a luta pela distribuição de renda, melhores salários, melhoria de direitos, habitação, saúde e educação entre outros direitos.  
Companheiro Waldemar você também está presente na nossa luta diária, assim como Santo Dias e Olavo Hansen,  contra o golpe, e em defesa dos direitos da Classe Trabalhadora. 
 

Remígio Todeschini

Remígio Todeschini |
Pesquisador de saúde, trabalho e previdência da UNB e assessor da Fetquim-SP