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Cuba, primeiro de maio: uma vivência para a vida toda

Para aqueles que acreditam que no 1º de maio deve ser comemorado o dia do trabalhado, e não o dia do trabalhador, vá para Cuba!

Nossa delegação formada por dirigentes sindicais de várias partes do país viveu uma experiência única. Nos deparamos com milhões de pessoas reunidas na Praça da Revolução. Mais de 2.000 membros de 205 organizações sindicais e políticas de 70 países da Europa, América Latina e Caribe, América do Norte e Ásia, assistiram ao desfile. A população das 15 províncias Cubanas, entre trabalhadores e estudantes, marchou com faixas, cartazes, dizendo palavras de ordem, exaltando a vitória do país na Revolução de 1959 que transformou a sociedade Cubana.

No palanque, estavam presentes Raul Castro, presidente de Cuba e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. No único discurso que antecedeu o desfile, o secretário-geral da CTC (Central dos Trabalhadores de Cuba), Ulises Guilarte, lembrou o novo cenário político vivido pela Ilha, após o "reconhecimento do governo dos Estados Unidos do fracasso de sua política de assédio, agressão e bloqueio contra Cuba".

Como fato simbólico a passeata foi liderada pelos "cinco heróis", como são conhecidos na Ilha os agentes que foram presos por espionagem nos EUA. O carinho e respeito por eles emociona àqueles que sonham com um mundo sem senhores.

Este ano, choveu durante todo o desfile, para alegria de todos. Segundo antiga tradição cubana, quem se molha com a primeira chuva de maio terá sorte o resto do ano, fazendo bem para o corpo e a mente. E foi com este pensamento que tomamos esta chuva como na infância, com muita alegria e esperança por um mundo mais fraterno, sem guerras, fome e miséria.

Impressionou a consciência política que paira sobre Cuba e os cubanos. Eles debatem com muita naturalidade sobre economia, política, sociologia e tantos outros assuntos que são inseridos na vida deles desde a infância. Por isso, a educação é um dos principais pilares da sociedade cubana. Os pais são obrigados a colocar as crianças na escola a partir dos cinco anos até que eles completem o 2º grau. Segundo a Unesco, Cuba é o único país da América Latina e Caribe a atingir objetivos globais de educação. Vale lembrar que o acesso às escolas e universidades é totalmente gratuito.

O outro pilar que sustenta a sociedade cubana é a saúde. A população também tem a gratuidade assegurada desde o atendimento básico até necessidades mais complexas, como cirurgias. São extremamente baixos os índices de mortalidade infantil e há uma ótima expectativa de vida no país (média de 78 anos).  Por isso, os trabalhadores da área da saúde tiveram destaque no desfile do 1º de maio. Esses profissionais foram peças fundamentais no combate ao ebola, no continente Africano, além de tantas outras missões internacionais que realizam desde o início da Revolução. Nos dias de hoje, os médicos cubanos estão presentes em mais de 60 países ao redor do mundo.

Perguntados sobre o embargo econômico que perdura mais de 50 anos, imposto pelo governo americano, eles dizem que não haverá um milímetro de retrocesso nas conquistas da Revolução. Acreditam que vale a pena ter a independência e a liberdade de caminhar com seus próprios pés, mesmo seu maior “agressor” estando a 140 km de suas praias. Os cubanos possuem uma frase que diz “Os Yankees (EUA) não conseguiram nos derrotar com as armas, mas vão tentar agora com a Madonna e a Coca-Cola”, tentando impor sua cultura de consumismo e capitalismo.

Venham conhecer Cuba e os cubanos. Não deixe que a grande mídia brasileira repasse as informações de maneira distorcida sobre esse povo alegre, gentil, inteligente e que continua caminhando por sua independência. 

Viva Cuba!

Viva a Revolução Cubana!

Arlei Medeiros e Renato Libânio

Arlei Medeiros e Renato Libânio |
Arlei é coordenador da Secretaria Geral da Fetquim e Renato é historiador e coordenador do Centro Or