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19 de Março de 2024

Vitória na luta pelo retorno da 5ª turma na Air Liquide/Oxicap em Campinas e Mauá


Escrito por: Fetquim


Fetquim
Crédito: Divulgação AI Air Liquide

O Sindicato dos Químicos Unificados e o Sindicato dos Químicos do ABC, ambos filiados à FETQUIM,  obtiveram vitória na luta pelo retorno da 5ª turma para os trabalhadores e trabalhadoras da Air Liquide/ Oxicap, em Campinas e Mauá.

André Alves, secretário de Saúde da Fetquim e dirigente dos Unificados, explica que “ a fabricação de gases industriais é muito complexa e perigosa, e exige, sempre, uma jornada de trabalho reduzida para preservar a saúde dos trabalhadores e evitar acidentes maiores".

A chamada 5ª Turma foi uma conquista pela Constituição de 1988. Essa jornada é praticada pelas empresas do polo petroquímico do ABC e demais polos petroquímicos no país.

A Air Liquide/Oxicap havia alterado a jornada desses trabalhadores de 5ª turma, implantando turno de 4 turmas com 12 horas diárias e realizando acordos individuais. Ambos os sindicatos filiados à FETQUIM tiveram de tomar algumas medidas para garantir  o retorno da 5ª turma.

"Entendemos que a jornada de cinco turmas proporciona o convívio da família no aspecto social, o descanso é necessário para exercer a atividade com saúde", ressalta o coordenador da Regional Santo André do Sindicato dos Químicos do ABC, Joel Almeida.

A Constituição de 1988 determina a negociação coletiva em qualquer hipótese nos casos de jornada de trabalho ininterruptas em atividades fabris.

Remígio Todeschini, diretor de Conhecimento e Tecnologia da Fundacentro, coordenou uma pesquisa da FETQUIM em parceria com a UNB (Universidade de Brasília) sobre o ramo químico e a 5ª turma que revelou: um número maior de folgas e escalas em 5 turnos é capaz de diminuir problemas de saúde físicos e mentais dos trabalhadores, especialmente daqueles que trabalham na produção de produtos químicos de alto risco ou periculosidade.

A pesquisa coletou dados de 508 trabalhadores/as no 2º semestre de 2019, de 28 empresas na região do ABC, Campinas e Jundiaí. Leia a íntegra da pesquisa aqui.

Dos 508 trabalhadores entrevistados, 283 eram de 5 turmas, com jornada média semanal de 33 horas e 36 minutos, e outros 225 eram trabalhadores de outros tipos de turno ( 6X3, 6X2, 6X1, e 5X2), perfazendo em média jornadas de 36h e 27 minutos a 42 horas semanais. 

A conquista da 5ª. turma foi um movimento unificado de  pressão sindical que teve o apoio técnico do DIESAT.