Vitória dos Unificados e ATESQ no caso Shell Basf é destaque de Curso Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente da Fundacentro

O emblemático caso Shell-Basf, marco na responsabilização de empresas químicas por exposição indevida de trabalhadores e moradores a produtos tóxicos, foi destaque do curso “Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente”, promovido pela Fundacentro nos dias 26 e 27 de agosto.

A vitória do Sindicato dos Químicos Unificados e da ATESQ ( Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas) serviu de exemplo para discutir os impactos do uso e da produção de agrotóxicos na saúde humana, nas condições de trabalho e no meio ambiente.

O doutor Roberto Ruiz, médico do trabalho que orientou os trabalhadores no caso Shell/Basf com laudos e atendimentos, abordou as consequências sanitárias, jurídicas e sociais do episódio, além de sua relevância para o fortalecimento das políticas públicas de prevenção e reparação de danos. "Os agrotóxicos alteram o DNA, por isso as indenizações aos trabalhadores se estenderam a seus familiares, bem como a responsabilidade pelo tratamento médico vitalício a eles", relatou.

A luta dos ex-trabalhadores foi reconhecida inclusive fora do País, recebendo premiações e menções honrosas tanto nos EUA quanto na Europa, sendo inclusive tema do filme nacional "Lucro acima da vida".

Estratégias para reduzir o uso de agrotóxicos

Os participantes discutiram a transição para a agroecologia como uma reação e alternativa ao uso de agrotóxicos.

Juliano Fujita, da Rede Livres, apoiada pela FETQUIM, lembrou que os agrotóxicos foram criados pela guerra para matar as pessoas. "O Vietnã é aqui", disse ele, lembrando que há 50 anos, aviões americanos pulverizaram vastas áreas de terra com armas químicas, deixando doenças e fome em seu rastro.  A partir de então os tanques de guerra se transformaram em tratores e a indústria da guerra se transformou na indústria do agro e da mecanização do campo.