O Sindicato dos Químicos Unificados realizou assembleia no último domingo (26/08), no Cefol, para discutir as reivindicações comuns às diversas fábricas químicas das regiões de Campinas e Osasco. O objetivo é encaminhar a pauta para a Fetquim-Cut/SP, que é a entidade que reúne os sindicatos do ramo químico de SP e que negocia com a bancada patronal.
Os trabalhadores e trabalhadoras da região aprovaram um indicativo de pauta que inclui: manutenção dos direitos garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho, reposição da inflação, mais 5% de aumento real.
A definição da pauta que será levada à patronal ocorrerá após Seminário de Campanha Salarial da Fetquim, marcado para o próximo dia 14 de setembro.
Mobilização
A partir de agora até 1º de novembro é necessária unidade e ampla participação dos/as companheiros/as nas assembleias e mobilizações convocadas pelo sindicato para que as negociações entre a Fetquim e os patrões resultem em reajustes compatíveis, manutenção de direitos conquistados nas campanhas anteriores e também avanços.
Cenário
É importante destacar que o setor químico conta com empresas que cresceram muito nos últimos anos, como é o caso daquelas que atuam no segmento do agronegócio.
A Syngenta, por exemplo, anunciou lucro líquido de 1.229 milhões de dólares no primeiro semestre de 2018. O resultado é 32% maior que o registrado no mesmo período de 2017. A BASF também teve aumento nas vendas de 518 milhões de euros, chegando a 16,8 bilhões, no segundo trimestre de 2018. A multinacional obteve aumento no lucro operacional de 105 milhões de euros, de um ano para o outro, atingindo 2,4 bilhões de euros.
Luta maior
Nos últimos anos, a bancada patronal tem usado a crise econômica do país para negar a reivindicação de aumento aos trabalhadores químicos. Após o golpe – que teve apoio da elite financeira e empresarial – a situação vem piorando em função das medidas adotadas pelo governo Temer. A Abiquim (associação que engloba as grandes empresas do setor químico) esteve reunida com uma frente de parlamentares em junho para apresentar uma série de reivindicações para melhorar a situação do setor. Um dos principais problemas é a política adotada pela Petrobras de reduzir o refino do nafta – uma das matérias primas utilizada na indústria química.
Segundo afirmação do diretor da Braskem ao jornal Correio Brasiliense, o Brasil já produziu 70% da nafta utilizada, hoje produz apenas 20% e, em cinco anos, essa produção poderá ser zerada, tornando o Brasil dependente totalmente da importação. Ou seja, a defesa da Petrobras como empresa estratégica é fundamental não apenas para que nossos combustíveis e gás tenham preços justos ao povo brasileiro, mas também para garantir condições à indústria química e, consequentemente, manter empregos e direitos nas fábricas.