Os trabalhadores da Fundação Butantan decidiram em Assembleia no dia 13 de maio retornar ao trabalho, mas que permanecem em estado de greve até o julgamento no Tribunal Regional do Trabalho, que deve acontecer nos próximos dias.
Os trabalhadores preferiram não formalizar o fim da greve antes do julgamento sobre as demissões e o enquadramento sindical. Em estado de greve, os trabalhadores podem retornar à greve a qualquer momento, sem ser necessário o comunicado 48 horas antes. “A qualquer ameaça ou abuso, os trabalhadores podem parar novamente”, afirma Osvaldo Bezerra, o Pipoka, coordenador geral do Sindicato dos Químicos de São Paulo que acompanha o caso.
Os trabalhadores entraram em greve no dia 8 de maio (sexta-feira). A diretoria da Fundação está impondo a eles um novo sindicato, o Senalba (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de São Paulo). “O objetivo é retaliar direitos dos trabalhadores. O Sindicato dos Químicos tem uma das melhores convenções coletivas do País e, filiando os trabalhadores a um outro sindicato, a Fundação tenta cortar direitos adquiridos”, salienta a diretora do Sindicato dos Químicos, Elaine Blefari.
O Senalba não representa a atividade-fim da Fundação, que é a produção de imunobiológicos e essa medida vai contra a Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que trata da liberdade e autonomia sindical.