Por Assessoria
Em seminário da Fetquim realizado nesta sexta-feira, 19, para preparar a campanha salarial do setor químico, o técnico do DIEESE Victor Pagani da subseção dos Químicos de São Paulo afirmou que, apesar dos indicadores econômicos estarem tímidos em relação a outros momentos da conjuntura, o momento é de recuperação.
Segundo ele, o contexto internacional ainda é difícil. Os Estados Unidos tiveram uma tímida recuperação com crescimento de 1,8%, a China apresenta desaceleração e a Europa está estagnada. No Brasil, a taxa que já teve taxa de crescimento de 7,5% do PIB em 2010, teve uma queda vertiginosa em 2012, chegando a 0,9%. No entanto, a estimativa para 2013 é de 2,31%. “Apesar da base de comparação ser rebaixada, está havendo recuperação”, afirmou.
Pagani também afirmou que essa recuperação e o clima positivo de mobilizações no país são elementos que podem favorecer a manutenção do patamar de conquistas que a categoria química obteve nos últimos anos. Entre 2008 e 20012, houve um aumento real de salário de 10,14%, numa média de 1,95% ao ano. Ele ressaltou, entretanto, que, mesmo com os químicos tendo atingido índices de aumento real superior à média das categorias, o crescimento PIB per capta no mesmo período foi de 11,5%, sendo que a média anual foi de 2,2%. Ou seja, o crescimento foi superior aos reajustes.
Outro fator que pode favorecer a campanha salarial são os benefícios que o programa Plano Brasil Maior trouxe para a indústria, como a desoneração da folha de pagamento e a redução da tarifa de energia elétrica em até 32% para as empresas. “Segundo a ABQUIM, a energia elétrica pode chegar a 70% do custo variável das empresas” complementou.
Em relação à inflação, até 31 de julho a inflação acumulada nos últimos 12 meses estava em 6,97% (INPC). Desde a data base passada, há oito meses, a inflação está em 4,63%, sendo que para 1 de novembro, a próxima data base, a estimativa do Banco Central é que chegue a 6,11%. Portanto, observa-se uma tendência de queda.
Durante a exposição o técnico chamou a atenção para a rotatividade na indústria química, uma das responsáveis pela diminuição do salário médio na categoria. A taxa na base dos químicos de São Paulo, por exemplo, é de 35%, sendo que 25% são por motivação do empregador.
Temas como a rotatividade, precarização e terceirização irão compor a pauta de reivindicações da Campanha Salarial dos Químicos 2013 junto com as clausulas econômicas e clausulas sociais como redução da jornada de trabalho e licença-maternidade de 180 dias.