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21 de Setembro de 2018

Setembro amarelo: suicídio, intoxicações e agrotóxicos


Escrito por: Remígio Todeschini


Remígio Todeschini

A prevenção ao suicídio tem sido uma grande preocupação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que quer reduzir em 10% a taxa de mortalidade até 2020. O Ministério da Saúde apresentou na última quinta-feira (20/09) os dados de morte por suicídio no Brasil em 2016: 11.433 casos, contra 11.178 de 2015, neste mês de setembro (setembro amarelo) que é o mês da prevenção ao suicídio.

No mundo todo em 2017 ocorreram 800 mil  suicídios segundo a OMS. E normalmente as populações mais vulneráveis são as que mais estão sujeitas ao suicídio. No caso brasileiro os mais vulneráveis são os indígenas, até em virtude da constante pressão e assédio dos grandes latifundiários que avançam em suas terras. 

Com o agravamento da crise econômica e o desemprego, entre outras causas, jovens e velhos são os mais sujeitos a tentativas de suicídio. Um dos meios mais utilizados para o suicídio é a intoxicação por medicamentos e agrotóxicos, segundo o Ministério da Saúde. Tais intoxicações se concentram mais no Sudeste - em cerca de 49,3% dos casos de tentativas de suicídio. 

É necessário que a saúde mental e qualidade de vida no trabalho seja preponderante em termos de proteção efetiva em defesa da saúde no mundo do trabalho. Quanto ao meio utilizado de suicídio com os agrotóxicos, fica um alerta: a luta também contra a contaminação em ambiente de trabalho (como no caso Shell/Basf) e a eliminação daqueles agrotóxicos, reconhecidamente cancerígenos, que levam a problemas de saúde e morte lenta via ingestão alimentos envenenados.

Há serviços essenciais de prevenção nestes casos: psicólogos, psicanalistas, psiquiatras e médicos em geral que deverão sempre ser procurados. No serviço público de centenas de municípios do Brasil, no SUS, existem os CAPs ( Centros de Atenção Psicossocial). Em municípios em que existem os CAPs, houve uma redução de 14% do risco de suicídio, segundo o Ministério da Saúde.

Interessante como a crise econômica, política e social tem agravado a procura pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) cujo telefone de socorro (188) teve o número de chamadas dobrado entre 2016 para 2017.

O CVV recebeu em 2017 duas milhões de ligações.