Fonte: Monitor Mercantil
O Índice do Custo de Vida (ICV), calculado pelo Dieese, ficou em 0,41% em fevereiro, uma expressiva desaceleração de 0,87 ponto percentual, contra o 1,28% registrado em janeiro.
Além disso, diferentemente do ocorrido em 2010, quando os alimentos e os serviços foram os grandes vilões, a maior influência nos índices este ano virá dos preços de serviços públicos privatizados, como energia elétrica, água e esgoto e telefonia, além de combustíveis, remédios e impostos. Em ambos os casos, porém, elevar juros, como o governo insiste em fazer, tem pouco ou nenhum efeito.
Segundo o Dieese, os preços dos alimentos não devem subir mais, pois já se encontram em patamar elevado. "Em relação aos alimentos, entre março de 2010 e fevereiro de 2011, os preços desses itens variaram 10,9%, acima da inflação média, de 6,26% no período. Considerando os dois primeiros meses deste ano, a inflação desse grupo teve alta de 1,57%, bem próxima ao índice geral, de 1,7% no período."
Já em relação aos preços de serviços privatizados, o cenário se inverte. No conjunto, esses preços deverão subir 4% em 2011. E a projeção para as tarifas de telefonia fixa e energia elétrica para este ano é de alta, de 2,9% e 2,8%, respectivamente. Por sua vez, os preços da gasolina e do gás de botijão devem se manter estáveis, segundo o Dieese.
Em fevereiro, os grupos que mais colaboraram com a inflação foram transporte (0,76%), alimentação (0,39%), despesas pessoais (2,5%) e habitação (0,18%), que, juntos, contribuíram com 0,36 para a alta do ICV.
O aumento no transporte (0,76%) se deu no individual (0,69%) e no coletivo (0,90%). No primeiro, a alta ocorreu nos combustíveis (1,28%), notadamente no álcool (4,4%). No coletivo, a pressão veio de metrô (2,76%), ônibus intermunicipais (2,96%), trens de subúrbios (4,72%) e táxis (8,29%).