Representantes dos principais setores industriais da CUT - químico, metalúrgico, construção civil, energia, alimentação e vestuário - se reuniram durante dois dias para aprovar um documento que o Macrosetor da Indústria da CUT apresentará aos candidatos a Presidência da República nas eleições 2022.
A pauta única da indústria se chama Plano 10+ e ganhou novo corpo em 2020 e 2021, principalmente durante a pandemia, quando diversos países em todo o mundo perceberam que a desindustrialização nacional os deixou reféns e vulneráveis à China. Faltaram máscaras, EPA´s, respiradores...produtos de limpeza como álcool gel, contêineres...entre outros.
"Falar de reindustrialização é falar em retomar a soberania nacional, diminui as desiguldades e redistribuir renda", explica Airton Cano, coordenador político da FETQUIM. "Precisamos mostrar para a população a importância da produção nacional de medicamentos, combustíveis, químicos, entre outros, e como isso pode beneficiar a todos e todas, com preços menores no mercado interno e menos dependência internacional".
O Plano Indústria 10+ é um conjunto de diretrizes e propostas do movimento sindical para a elaboração de políticas, programas e ações relativos à indústria nacional brasileira para os próximos 10 anos.
Foi concebido a partir da perspectiva dos trabalhadores e está articulado com o projeto de desenvolvimento econômico e social que busca a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, redução das desigualdades, distribuição de renda e sustentabilidade ambiental, respeitando as necessidades e potencialidades das diferentes regiões do país.
Desindustrialização
A desindustrialização brasileira se iniciou na década de 1980 e vem se agravando desde 2015, em decorrência da crise econômica e institucional que se instaurou no país, resultando em queda mais acentuada da participação da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) nacional, com aumento recorrente de importações, elevação do déficit comercial, aumento da participação de produtos industriais menos sofisticados e desnacionalização de cadeias produtivas. Como principais causas desse processo podem ser apontadas a ausência de coordenação do Estado, a incapacidade da iniciativa privada de articular um desenvolvimento industrial de longo prazo, as políticas macroeconômicas desfavoráveis e as falhas institucionais, entre outros.