O secretário de Saúde da Fetquim, André Alves, está preocupado com a viagem de Jair Bolsonaro à Rússia para discutir a compra de fertilizantes por parte do Brasil. "Os russos estão comprando tudo aqui e isso é ruim para a geração de empregos e a nossa balança comercial", explica.
Bolsonaro já declarou que o Brasil “depende, em grande parte, de fertilizantes da Rússia e da Bielorússia”.
Na sexta-feira, 04/02/22, a Petrobras anunciou que chegou a um acordo com o grupo russo Acron, que fabrica fertilizantes, para a venda de 100% de sua Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III), no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.
As negociações sobre a venda da fábrica, com capacidade de mais de 2 milhões de toneladas de fertilizantes nitrogenados por ano, duraram mais de quatro anos.
O grupo Acron terá que investir até US$ 200 milhões na finalização da construção da fábrica brasileira de fertilizantes, que tem potencial de capacidade de 0,8 milhão de toneladas de amônia e 1,3 milhão de toneladas de ureia.
Além disso, o maior produtor de fertilizantes contendo fósforo da Rússia e da Europa, a holding PhosAgro, pretende expandir as exportações de fertilizantes para o Brasil, segundo declaração do diretor da PhosAgro, Andrei Guriev, à agência Prime. “Estamos prontos para considerar a possibilidade de aumentar a oferta de fertilizantes russos ecoeficientes para o mercado brasileiro e dar suporte ao trabalho na área de regulação e reconhecimento mútuo de requisitos para produtos agrícolas, fertilizantes e produtos alimentícios. Em muitos aspectos, isso é o resultado [...] das tarifas impostas pelos Estados Unidos e China”, disse.
Segundo Guriev, em 2021, a empresa já aumentou 40% a oferta de fertilizantes ao mercado brasileiro, e o país latino-americano adquiriu mais de 1,5 milhão de toneladas do produto. “Esperamos manter esses volumes e aumentá-los ainda mais. O complexo agroindustrial continuará sendo a locomotiva do crescimento de negócios entre a Rússia e o Brasil.”
"Vamos ficar atentos a estes movimentos porque não é à toa que o Brasil liberou o pacote do veneno, com agrotóxicos proibidos nos EUA e Europa", diz André Alves.