A Rede de trabalhadores e trabalhadoras do Grupo AkzoNobel América Latina está atenta à venda das especialidades químicas da AkzoNobel para dois grupos de investimentos e fiscalizará as ações consequentes do negócio, os reflexos dessa aquisição na sociedade, governos locais e capital de mercado.
O grupo private equity americano Carlyle e o fundo de investimento GIC, de Cingapura, venceram a disputa pela compra da fatia de especialidades químicas da multinacional holandesa AkzoNobel, fabricante de tintas, por EUR 10,1 bilhões, incluindo dívidas. A venda foi antecedida por uma acirrada disputa entre concorrentes poderosos, como a Apollo Global Management, a Hal Investments e um consórcio da Bain Capital associado – segundo reportagem publicada no jornal Valor Econômico.
A venda da divisão é um passo crucial para a empresa sediada em Amsterdã, de acordo com a reportagem, uma vez que a AkzoNobel está decidida a concentrar-se apenas em tintas e revestimentos. "Thierry Vanlancker, presidente-executivo da Akzo, descreveu a venda como um "marco" que permitirá à empresa "atingir seu pleno potencial". A operação remanescente especializada em tintas e revestimentos passará, agora, a concentrar-se em atingir sua meta de alcançar um retorno de 15% sobre as vendas até 2020". "Agora estamos a caminho de concretiza.", destaca a reportagem.
Outro fator importante na decisão, afirma o Valor Econômico, foi o compromisso do grupo Carlyle de manter a sede da divisão na Holanda. A operação de especialidades químicas emprega cerca de 10 mil pessoas, das quais 2,5 mil delas estão empregadas em seu país de origem.
Rede está de olho!
“Com essa venda, o tema está sendo abordado com a Rede de Trabalhadres(as) e entidades Sindicais de cada região que possui uma planta produtiva da AkzoNobel”, afirma Daniel Maurício, diretor do Sindicato dos Químicos do ABC, trabalhador na AkzoNobel Mauá e coordenador da Rede de Trabalhadores do Grupo AkzoNobel América Latina.
No estado de São Paulo, não serão mais AkzoNobel as unidades nas cidades de Itupeva e Jundiaí. No Brasil, as outras bases químicas são em Três Lagoas, no Mato Grosso; Imperatriz, no Maranhão; Mucuri, na Bahia; e Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
“Só sobraram unidades de Tintas AkzoNobel na América do Sul e queremos saber se este será o grande portfólio dos investidores holandeses, e outros, no seguimento de Tintas, já que nem a PPG, nem outra importante multinacional adquiriu a grande fatia da AzkoNobel e sim um grupo de investidores”, concluiu Daniel.