Representantes do setor químico participaram nos dias 30 e 31 de outubro do Seminário Regional da ICM sobre a atuação das empresas multilatinas e chinesas na América Latina e no Caribe, em Salvador – BA.
Estiveram presentes:José Evandro Alves da Silva, presidente do Sindicato dos Químicos do ABC; Erosnei Carvalho, secretário-geral do Sindicato dos Químicos de São Carlos e presidente eleito; Edson Bicalho, secretário- geral da Fequimfar e presidente do Sindicato dos Químicos de Bauru, e Michaela Aramaqui, economista do DIEESE, representando a Fetquim.
O seminário contou com a apresentação de estudos desenvolvidos pelos pesquisadores Danilo Severian, Lilian Arruda e Elaine D`Avila, que apresentaram informações sobre atuação das empresas multilatinas e chinesas na região.
Foram compartilhadas informações sobre casos de negociação com empresas chinesas e multilatinas e os desafios enfrentados.
A cadeia de produção é composta por empresas construtoras; indústria manufatureira que produzem materiais de construção, segmentos do comércio varejista e atacadista; e diversas atividades prestadoras de serviços técnicos, financeiros e de seguro. Cada segmento será afetado de forma diferente, mas é importante pensarmos num plano de ação conjunto para fortalecer a luta sindical na região.
José Evandro, dos químicos do ABC, expôs sobre a atuação das redes sindicais no fortalecimento da luta sindical em grandes empresas multinacionais e mostrou os avanços e desafios que esse modelo enfrenta.
As negociações do setor da construção com empresas chinesas estão cada vez mais frequentes em diversos estados do Brasil e para o movimento sindical brasileiro há um grande desafio devido a questões culturais, diferenças estruturais no campo do direito do trabalho e barreira linguística.
Com a Nova Rota da Seda (NRS) a China tem mostrado seu potencial econômico e sua estratégia de global de expansão de atividades que vão além dimensão dos fluxos comerciais, mas cada vez mais via participação de investimentos diretos e a presença física de empresas chinesas nos países latinoamericanos.
O Brasil e os países da América Latina perdem competitividade por serem carentes em infraestrutura. Os recursos investidos são baixos e os países individualmente não possuem capital suficiente para fazer os investimentos necessários e romper com os gargalos estruturais da região - como a falta modais de transporte eficientes e déficit habitacional nas cidades. Essa falta de estrutura também impacta os custos de produção no Brasil.
Para a indústria química, a NRS pode representar um desafio maior de dependência de importações de produtos chineses, que chegarão no Brasil com custos ainda menores.