O resultado da Campanha Salarial dos Químicos 2024 foi amplamente comemorado nesta terça-feira (12/11/24), data da assinatura do histórico acordo que - além da reposição da inflação pelo INPC (4,60%) e um aumento real de 0,5% nos salários totalizando um reajuste de 5,12% - conquistou um item de pauta que já estava há pelo menos 36 anos nas negociações: o vale/tíquete alimentação.
O vale alimentação passa a fazer parte da convenção coletiva da categoria para todas as empresas do setor químico, o que inclui as empresas plásticas, cosméticas e perfumaria, empresas de abrasivos, adubos, fertilizantes, defensivos agrícolas, fibras artificiais e sintéticas, tintas e vernizes, entre outras, no valor mínimo de R$ 170,00 por trabalhador a partir de 1º de maio de 2025 - e sem a existência de contrapartidas.
"A primeira negociação que eu acompanhei foi em 1988 e estava na pauta de reivindicação dos trabalhadores que as empresas ajudassem e compreendessem a necessidade do vale alimentação do trabalhador químico. E agora, após pelo menos 36 anos de luta, conseguimos graças a negociação coletiva colocar o vale alimentação na nossa convenção coletiva", comemora Nilza Pereira Almeida, secretária de Comunicação da FETQUIM e dirigente dos Químicos Unificados de Osasco.
"Tem empresa que tem cesta, tíquete, mas é cheia de condicionantes, ou seja, se o trabalhador ou a trabalhadora faltar para levar um filho no médico, ou por qualquer outra razão, há descontos e agora a gente tem garantido na convenção coletiva da categoria que a empresa tem que pagar pelo menos os R$ 170 sem condicionantes", explica a dirigente.
Na prática, a conquista do vale alimentação significa um aumento de salário indireto para os trabalhadores (onde não incide 13º salário, nem imposto) a partir de maio de 2025, quando passa a vigorar o tíquete alimentação.
Para o trabalhador ou a trabalhadora que ganhava o piso de R$ 2079,79 para empresas até 49 empregados e agora passa a ganhar R$ 2186,28 ao mês, esta negociação, incluindo o vale alimentação, significará, na prática, um aumento de 12,82%.
"É um dia histórico para comemorar após décadas de luta para todos os químicos do estado de São Paulo", destaca Airton Cano, coordenador político da FETQUIM.
A assinatura da convenção coletiva foi realizada no Sindicato dos Químicos SP e contou com a participação dos representantes da FEQUIMFAR/Força Sindical além dos integrantes do grupo patronal CEAG-10 da Fiesp.
Confira o Resultado das Negociações do Setor Químico no Estado de São Paulo – 2024
Reajuste Salarial: INPC de 4,60% (nov/23-out/24) + 0,5% de aumento real: 5,12%
Teto: R$ 10.593,70 Parcela fixa aplicada acima do teto: R$ 542,40
Piso I – Empresas com até 49 empregados: R$ 2.186,28
Piso II – Empresas com mais de 49 empregados: R$ 2.242,62
PLR I – Empresas com até 49 empregados: R$ 1.271,25
PLR II – Empresas com mais de 49 empregados: R$ 1.412,50
Cesta Básica/Vale Alimentação: R$ 170,00, implantação/vigência a partir de 01/05/2025, para trabalhadores que recebem até 2,5 pisos salariais (R$ 5.606,55)
Vigência CCT: renovação por 02 anos (de 01/11/24 a 31/10/2026)