Fonte: Agência IN
O desempenho da indústria química brasileira voltou a apresentar indicadores positivos em outubro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados preliminares apresentados pela Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), o índice de produção de insumos químicos de uso industrial apresentou alta de 6,53% em outubro, ante o mesmo mês de 2009.
O indicador de vendas internas saltou 9,52% em igual comparação. No acumulado do ano, ambos os indicadores tiveram alta superior a 8% entre janeiro e outubro, sobre o mesmo período de 2009. A produção no período cresceu 8,57%, enquanto as vendas internas registraram alta de 8,91% em igual comparação.
O ritmo de produção da indústria brasileira em outubro também apresentou expansão ante setembro, a segunda alta mensal consecutiva. O índice nessa base de comparação teve alta de 6,98%. Graças à nova alta, o ritmo de produção do setor químico no Brasil atingiu o novo recorde da série, iniciada em 1990, segundo a Abiquim.
A taxa de utilização do setor alcançou 90% em outubro, ante 83% de setembro. Os preços praticados no setor apresentaram forte aceleração nos últimos dois meses, resultado principalmente da alta da cotação da nafta petroquímica.
Segundo a Abiquim, o preço do insumo utilizado por grande parte das centrais petroquímicas brasileiras teve alta de 17,4% entre agosto e outubro, quando considerado o preço do mercado europeu convertido para o real. Pressionado pelo custo da nafta, o indicador de preços da indústria brasileira acumula alta de 9,81% entre janeiro e outubro, sobre o mesmo período do ano passado. Entre setembro e outubro, a alta foi de 1,15%.
Em relatório, a equipe econômica da XP Investimentos avaliou que os dados da Abiquim refletem um cenário de aquecimento econômico e de continuidade de vendas no mercado interno. "O mercado petroquímico internacional começou com enfraquecimento da demanda global e entrada de novas capacidades. No entanto, essa tendência de queda de preços foi contrabalanceada pela retomada da demanda mundial, motivada pelo reabastecimento de estoques e melhora sazonal; paradas programadas de manutenção nos EUA e Europa, que limitaram disponibilidade de matéria-prima e maiores preços de petróleo. "
Ainda assim, os preços de resinas e petroquímicos básicos no mercado internacional apresentaram queda em torno de 5% em relação ao segundo trimestre de 2010. "A perspectiva de entrada em operação de novas plantas reforça o receio de um ciclo de baixa para preços petroquímicos, ainda que contrabalanceado por uma demanda interna forte o que pode mitigar essa pressão nos preços por maior oferta".