Por Assessoria
Os ganhos de produtividade da indústria brasileira têm sido bastante elevados. Mas os ganhos reais de salários não estão acompanhando o ritmo de crescimento da produção. Essa avaliação foi divulgada no Boletim de Conjuntura Setorial da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ).
Segundo a Nota, a indústria de transformação produziu 15% mais no acumulado de janeiro a julho deste ano em relação a igual período de 2009. No entanto, o volume de horas pagas foi apenas 3,8% maior segundo dados do IBGE.
Em que pese o avanço tecnológico como um dos elementos que contribuam para o aumento de produtividade, é possível concluir que há espaço para aumentos reais no salário de maior porte.
Na indústria química não é diferente. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), nos primeiros cinco meses de 2010, em comparação com o mesmo período em 2009, a produção cresceu 13,12%. Considerando as expectativas positivas de crescimento do PIB para este ano, as projeções são otimistas.
Nas campanhas salariais do setor químico coordenadas pela Fetquim nos últimos três anos, houve ganho real de salário. Enquanto o INPC acumulado foi de 17,7%, o salário foi reajustado em 23,3%, o piso em 27,8%, e o PLR em 29,7%, representando aumento real de 5,3%, 9,3% e 10,7%, respectivamente. O acumulado do INPC nos últimos 12 meses está em torno de 4,2%. A expectativa da Fetquim e de seus sindicatos filiados é manter os aumentos reais, mas ampliar seu percentual. Os dados econômicos favoráveis deste segmento industrial mostram que existe margem para isso.