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22 de Maio de 2025

Pesquisa inédita mostra impacto diário do racismo na vida da população preta


Escrito por: CUT


CUT
Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um novo estudo divulgado na terça-feira (20) revela o que a população preta brasileira já sente na pele há séculos: o racismo segue estruturando o cotidiano, limitando oportunidades e desumanizando vidas. Segundo a pesquisa, 84% das pessoas pretas afirmaram já ter sofrido discriminação racial no Brasil.

A pesquisa integra a série “Mais Dados, Mais Saúde”, desenvolvida por Vital Strategies e Umane, com apoio do Ministério da Igualdade Racial (MIR), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Instituto Devive e Instituto Ibirapitanga. Os dados foram coletados entre agosto e setembro de 2024, por meio de questionários aplicados pela internet, e possuem amostragem nacional, com base no Censo 2022 e na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.

Os números refletem uma realidade invisibilizada por décadas, mas sentida no cotidiano de milhões de brasileiras e brasileiros negros.

Entre os recortes mais alarmantes da pesquisa estão os relacionados ao tratamento recebido pela população preta:

  • 51% dizem ser tratados com menos gentileza;
  • 49,5% sentem ser tratados com menos respeito;
  • 57% relatam ser mais mal atendidos no cotidiano;
  • 21,3% afirmam ser seguidos em lojas por suspeita de furto.

O estudo também revelou que as mulheres pretas são o grupo que mais reporta múltiplas razões para discriminação: 72% afirmam ter sofrido preconceitos interseccionais, como racismo combinado com machismo ou classismo. Isso confirma o que os movimentos sociais têm denunciado há décadas: o racismo se expressa de forma ainda mais cruel sobre os corpos femininos.