Os trabalhadores da fábrica Suvinil e de outros setores da BASF Demarchi estão com suas atividades suspensas oficialmente desde às 18h de quarta-feira (10/04), devido ao vazamento, na tancagem de resinas, de acrilato de butila, uma substância altamente inflamável.
O Sindicato dos Químicos do ABC foi informado que a paralisação por causa do vazamento ocorreu por volta de 15h30. O vazamento traz risco de explosão e compromete toda a produção do site.
A substância acrilato de butila se enquadra entre as relacionadas à periculosidade do local, comprovando que o parecer técnico sobre a necessidade de se manter o adicional de periculosidade no site Demarchi, realizado por profissionais da área de Saúde e Segurança do Trabalho a pedido do Sindicato dos Químicos do ABC, está atual e correto.
O líquido e vapores são inflamáveis e podem provocar irritação ocular grave, irritação cutânea nociva e reações alérgicas, informa a Secretaria de Saúde do Sindicato, que está pedindo reunião em caráter de urgência com a empresa para tratar sobre o vazamento e riscos de segurança e saúde dos trabalhadores/as.
Não é a primeira vez
De acordo com relatos de membros da Comissão de Fábrica, não é a primeira vez que as atividades foram paradas por causa do vazamento dessa substância. O aparelho denominado Action, por onde passa a substância, quando está na velocidade 25 fica uma ” névoa de pó”, quando está na velocidade 35 “aumenta essa névoa”, e por duas vezes já saturou a exaustão, passando essa névoa para toda a fábrica e laboratório, que precisaram ser evacuados.
“Hoje não houve evacuação na Suvinil, apenas uma intervenção em linhas de algumas resinas e matérias primas que vêm da resina para a Suvinil. Os trabalhadores que trabalham na parte do envase sentiramo odor do produto”, afirmam membros da CF.
Periculosidade: um direito importante!
Além da situação grave, que coloca todo a diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC em alerta, é preciso destacar a importância do pagamento do adicional de periculosidade para todos os trabalhadores da BASF Demarchi.
“Não se pode deixar de pagar direito que protege o trabalhador. Os vazamentos são corriqueiros no site, às vezes gasoso e às vezes líquido. Por isso nossa reivindicação, mais do que justa, é que todos que foram contratados desde outubro de 2022 devem receber Periculosidade. Retroativa, inclusive”, aponta o secretário de administração do Sindicato dos Químicos do ABC, Fabio Lins, trabalhador da BASF.
Fabio Lins conta que, para fragilizar o mobilização em curso na BASF Demarchi em defesa dos empregos e direitos, a empresa aceitou retomar a discussão sobre periculosidade só a partir de 2026. Acontece que os contratados a partir de outubro de 2022 já não recebem mais o adicional.
“Estamos a poucos dias do 28 de abril, o dia em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionados ao trabalho, e nos deparamos com esta triste situação em uma grande empresa química como a BASF. Ironicamente na empresa que alega que não vai pagar mais o adicional de periculosidade pois diz que eliminou todos os riscos, só que não”, observa Fabio Lins.
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