Não bastassem as mais de cem mil mortes em função da pandemia da Covid 19, o governo do estado de Minas Gerais praticamente condena à pobreza, à contaminação e talvez até a morte as 650 famílias que vivem o acampamento “Quilombo Campo Grande, no sul do estado.
Na madrugada de 12 de agosto, o acampamento foi sitiado, por centenas de viaturas policiais para despejar, de forma violenta, sem mandado judicial, as famílias que lá vivem há 20 anos, através dos produtos de suas plantações, como é caso do café orgânico Guaí. Desenvolvem uma prática de proteção ao meio ambiente e de produção de alimentos orgânicos, numa área que é estratégica para o agro negócio e o quer para arrancar lucros à custa de vidas humanas e do meio ambiente.
O agro negócio pressionou durante anos a ocupação através de seus capangas. Há interesses dos exportadores de café, como João farias, e de multinacionais da alimentação, como a Nestlé, o despejo que está em curso.
O Sindicato Químicos Unificados se manifesta, junto com diversos movimentos, ao governador Romeu Zema, ao judiciário e ao legislativo a suspensão imediata do despejo que traz violência, fome e morte a essas famílias.
A vida da população brasileira está cada vez mais colocada em risco por quem foi eleito para lhe trazer condições melhores. Os direitos humanos estão da mesma forma cada vez mais atacados por quem deveria defende-los. O lucro está cada vez mais acima da vida.
O que se pode esperar de um governo que faz a perversidade de avisar no fim do dia 12 que iria suspender o despejo e no dia seguinte, dia 13, ordena que a polícia militar ateie fogo a plantações, com o risco de incendiar casas com crianças dentro? Fim do despejo da ocupação Quilombo Campo Grande! Despejo zero! Terra, emprego e moradia!