A norueguesa Yara, uma das maiores empresas de fertilizantes do mundo, finalmente fechou acordo com a família Galvani para adquirir 100% das ações da Galvani Indústria, Comércio e Serviços e encerrar uma disputa que já havia levado os antigos parceiros à Justiça.
Com o acordo, a subsidiária da Yara no Brasil, que lidera o mercado local de fertilizantes, passará a deter também 100% de dois ativos que contavam com a participação minoritária dos Galvani: uma unidade industrial em Paulínia e o projeto Serra do Salitre, em Minas Gerais, de produção integrada de nutrientes derivados do fosfato.
Pela participação minoritária dos Galvani nesses ativos a Yara aceitou pagar US$ 70 milhões em dinheiro ao longo dos próximos três anos e um valor adicional condicionado ao desempenho do projeto Serra do Salitre, que hoje tem capacidade anual de produção de 1,2 milhão de toneladas de fosfato e 1,5 milhão de toneladas de fertilizantes acabados.
Na Bahia, uma unidade de produção em Luis Eduardo Magalhães e plantas em Angico dos Dias e Irecê, bem como um projeto greenfield em Santa Quitéria, serão separados da Galvani Indústria, Comércio e Serviços e passarão ao controle total de uma nova empresa que será administrada pela família Galvani. Esses ativos foram avaliados no fim de agosto em US$ 95 milhões. Todos os temos do acordo firmado terão de passar pelo crivo do Cade.
Como informou o Valor no início deste ano, em dezembro de 2017, três anos depois de vender 60% do capital da Galvani à Yara por US$ 318 milhões, a família que fundou a companhia brasileira deflagrou uma disputa na Justiça com a múlti sob alegação de que cláusulas do acordo de acionistas não estavam sendo cumpridas.
Pelo acordo, representantes da família Galvani ficariam no comando do projeto Serra do Salitre, mas em dezembro os irmãos Rodolfo Galvani Júnior e roberto Galvani foram afastados.
Desde janeiro fontes que acompanharam de perto o imbróglio já garantiam que o dívórcio era só uma questão de tempo — e de valores.