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04 de Julho de 2011

Mulheres ganham 75,7% do salário pago aos homens, aponta Dieese

Fonte: Valor Econômico

Em uma década, as mulheres da Região Metropolitana de São Paulo aumentaram sua participação no mercado de trabalho e melhoraram o grau de instrução em relação aos homens, contudo, continuam recebendo menos do que eles, de acordo com estudo divulgado nesta quarta-feira (2) pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A proporção do salário feminino em relação ao masculino, contudo, vem aumentando no decorrer dos anos, apesar de uma queda em relação a 2009. Em 2010, as mulheres ganhavam 75,7% do salário dos homens, ante uma percentagem de 73,6% em 2000 e de 79,8% em 2009.

De acordo com o estudo, a redução em 2010 em relação a 2009 se deve ao crescimento mais acentuado dos rendimentos por hora dos homens. Entre 2009 e 2010, o rendimento médio real por hora das mulheres subiu de R$ 6,56 para R$ 6,72. O dos homens subiu de R$ 8,22 para R$ 8,94.

Nos cargos com nível superior completo, a diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior: elas recebem 63,8% do salário deles, menos que em 2000, quando esse percentual era de 65,2%.

Em 2010, 17,1% das mulheres da População Economicamente Ativa (PEA) tinham o nível superior completo, ante 13% dos homens. Em 2000, esse percentual era de 12,9% para as mulheres e de 10,8% para os homens.

Participação feminina
A taxa de participação feminina (proporção de mulheres com dez anos de idade e mais na situação de ocupadas ou desempregadas) aumentou de 55,9% para 56,2%, entre 2009 e 2010, retomando sua trajetória de expansão, disse o Dieese.

Para os homens, essa taxa ficou praticamente estável, ao passar de 71,5% para 71,6% no período, mantendo-se entre as menores da série, devido à tendência de declínio observada ao longo dos anos.

A taxa de desemprego total feminina diminuiu pelo sétimo ano consecutivo, passando de 16,2% para 14,7%, entre 2009 e 2010, assim como a masculina (de 11,6% para 9,5%). "Para a população feminina foram gerados 163 mil postos de trabalho, volume suficiente para absorver as 99 mil mulheres que ingressaram na força de trabalho metropolitana e reduzir em 64 mil o contingente de desempregadas", diz o estudo.

Educação das mulheres
O resultado, de acordo com o estudo, reflete a melhora na educação das mulheres. Se em 2000 a maior parte da PEA com nível superior era composta por homens (51,3%), hoje essa posição é ocupada pelas mulheres (53,6%).