O número de mortos pela Covid 19 fez os desligamentos nas empresas dobrarem entre 2020 e 2021. O Boletim de Emprego nº 18 do DIEESE mostra que em todas as atividades econômicas houve o crescimento de 71,6% no comparativo entre 1° trimestre de 2020, quando apareceram os primeiros casos de Covid, e o 1° trimestre de 2021, quando estávamos em plena segunda.onda de contaminação, e a vacinação começou lentamente.
O que mais chama atenção neste estudo é que os profissionais de saúde foram os mais duramente atingidos, pois houve um crescimento de 75,9% do conjunto de profissionais de saúde. A morte de médicos nessa comparação de primeiros trimestres 2020 e 2021 triplicou e de enfermeiros duplicou. Enfim foram profissionais heróicos que de forma destemida deram suas vidas para diminuir o sofrimento e agonia dos que estavam hospitalizados por causa da Covid.
Outras atividades econômicas também foram atingidas como Educação privada, com o dobro de casos, Informação e Comunicação com 124% a mais, atividades financeiras, 114% a mais e Eletricidade e gás 142%.
Entre o pessoal da Indústria, incluída a categoria química em nível nacional, houve o crescimento de 70% no comparativo entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021.
Em números absolutos na indústria houve um aumento de 1630 mortes no comparativo entre os trimestres dos dois anos.Desse total podemos estimar cerca de 80 mortes a mais entre trabalhadores químicos em todo o território nacional, segundo a assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim. Estima-se também, com o estudo de casos feito em 2020 entre trabalhadores químicos e petroleiros que se contaminaram por Covid que 60% destas mortes, ou seja 50 mortes, decorreram por contágio laboral nas fábricas. (http://fetquim.org.br/noticias/quimicos-e-petroleiros-contaminados-pela-covid-19-relatam-seus-dias-de-agonia-7484/ )
Posicionamento da Fetquim- CUT frente a estas mortes por Covid
Para Airton Cano, coordenador da Fetquim-CUT, houve o alerta desde o início da pandemia para os riscos de contaminação geral e nas fábricas. “ Empreendemos várias iniciativas, mesmo à distância, junto ao patronato para que os cuidados fossem redobrados, e vemos agora que dezenas de companheiros perderam a vida. Sem dúvida a maior irresponsabilidade é do governo federal que atrasou o início das vacinas, e poderíamos estar numa situação diferente, e sem mortes.”
Para André Alves, secretário de Saúde da Fetquim-CUT, “ é um absurdo ver esses dados do DIEESE que mostram milhares de trabalhadores que perderam a vida. Agora lamentamos a morte dos profissionais de saúde ,como médicos e enfermeiros, além de trabalhadores químicos que estavam no chão da fábrica trabalhando em atividades essenciais e perderam a vida. O grande culpado dessa situação é o Governo Bolsonaro que desprezou os cuidados ao se posicionar contra o isolamento social, e ao mesmo tempo não tendo nenhuma sensibilidade humana para com as famílias que perderam o seu arrimo. Pior de tudo foi o atraso deliberado e autoritário de não proteger a população deixando de comprar a Vacina no devido tempo. Fora Bolsonaro!”