Dona Marisa Letícia Lula da Silva, 66, mulher do ex-presidente Lula, teve morte cerebral nesta quinta-feira (2) em razão de complicações causadas por um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês, desde 24 de janeiro.
Segundo informações do hospital, Lula e sua família autorizaram o procedimento de doação de órgãos após constatação de "ausência de fluxo cerebral".
Marisa, assim como Lula, é de origem humilde. Filha de agricultores, nasceu no bairro dos Casa, nome do seu avô, em São Bernardo do Campo.
Começou a trabalhar aos 13 anos e aos 19 casou-se com um taxista que logo foi assassinado, deixando-a viúva ainda grávida do seu primeiro filho. Em 1973 ela conhece Lula, também viúvo e os dois se casam pouco tempo depois.
Os dois permaneceram casados por 43 anos e ela sempre esteve ao lado de Lula, desde o início da sua vida política, durante as greves operárias no ABC, no final da década de 1970.
Ela costurou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores com um tecido vermelho que tinha em casa. E, em 1980, por ocasião da prisão de Lula no Dops (Departamento de Ordem Política e Social), em plena ditadura militar, organizou uma marcha de mulheres em protesto pelas prisões políticas.
Tornou-se primeira-dama em 2003, após o marido concorrer à presidência quatro vezes.
Solidariedade
Em sua página no Facebook, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu as manifestações de carinho e solidariedade durante a internação de Marisa Letícia durante os últimos dias.
A Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) postou mensagem nas redes sociais: “Perdemos nossa querida e eterna primeira dama. Mesmo diante das adversidades e da perseguição implacável que sofreram, ela se manteve firme, serena e nunca desistiu de lutar, junto com Lula, por um País mais justo e fraterno. Perdemos uma grande estrela hoje."
O vereador paulistano Eduardo Suplicy (PT) também manifestou "sentimento de pesar e solidariedade" a Lula e família, referindo-se a Marisa como "boa companheira".
Na Câmara dos Deputados, houve um minuto de silêncio no plenário em respeito à ex-primeira-dama.