Um dia depois da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), conceder uma liminar suspendendo os efeitos da portaria que liberou o trabalho escravo no Brasil, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, defendeu que o governo siga em frente com a portaria que revisa as normas.
A ministra considerou que a medida “vulnera princípios basilares da Constituição, sonega proteção adequada e suficiente a direitos fundamentais nela assegurados e promove desalinho em relação a compromissos internacionais”.
Governo insiste no trabalho escravo
O governo Temer, comprometido com o grande capital, resiste. "A portaria não será revogada, não há motivos para isso. A portaria teve um lado bom, porque trouxe o conjunto da sociedade para a discussão. O combate ao trabalho escravo não pode ser o monopólio de uma categoria ou de um partido político. Tem que ser do conjunto da sociedade", disse o ministro Nogueira.
"Devemos concluir a portaria até o dia 31. Vamos definir os pontos que caracterizam trabalho escravo. Não dá para cada um ter uma interpretação do que seja trabalho escravo, porque isso gera insegurança jurídica", afirmou.
O STF não comentou as declarações do ministro.