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08 de Novembro de 2022

Jornalismo a serviço da legalidade e da vida


Escrito por: Fetquim


Fetquim

Naira Hoefmeister, jornalista da Repórter Brasil, explicou durante a Conferência Internacional Rede Sindical da Região Amazônica, realizada pela BWI Global Union, no dia 7/11, em São Paulo, como o trabalho desta organização independente, fundada em 2001, se tornou uma das mais importantes fontes de informação sobre trabalho escravo no país.

A agência de jornalismo independente cobre as cadeias produtivas de gado, soja, grãos, café, cacau, madeira,sisal, carnaúba, laranja, tabaco, moda, minérios, entre outras. Para contribuir financeiramente com este trabalho clique aqui. 

Hoefmeister contou que em uma recente viagem à região amazônica a equipe tentou previamente calcular os riscos envolvendo a realização de uma reportagem, mas se esqueceu dos madeireiros. A primeira abordagem intimidante veio de jagunços armados que escoltavam um caminhão transportando madeira clandestina. “Onde tem atividade humana na Amazônia tem madeira e nós esquecemos disso”, relatou a jornalista aos representantes dos trabalhadores madeireiros e florestais da BWI Global Union/ICM Brasil presentes.

A jornalista citou o caso do trabalhador de uma fazenda no Maranhão que foi cobrar o salário e tomou tiro na nuca. Parte da fazenda era arrendada para a Suzano Papel e Celulose. O homem sobreviveu e a mídia noticiou. No dia seguinte, a Suzano rompeu o contrato com fazenda.

Há muitas companhias que misturam o trabalho legal com o ilegal e neste sentido o jornalismo contribui para cobrar delas seu compromisso em não terceirizar atividades para empresas que pratiquem violações de direitos humanos e direitos ambientais.

“A Europa tem acordo para não comprar carne de fazendas que desmataram, mas o sebo é vendido livremente para se tornar biodiesel e celebrado como combustível verde”, explica. “Não é novidade que 90% das áreas desmatadas da Amazônia servem ao gado e 92% do desmatamento no Mato Grosso ocorra em fazendas de soja”, disse.

O Instituto Centro de Vida, do MT, tem estudos consistentes sobre a Amazônia e a ação de desmatamento ilegal. Confira aqui.