Voltar
07 de Dezembro de 2020

Incerteza sobre vacinas exige cuidado redobrado


Escrito por: Fetquim


Fetquim

A vacinação contra a Covid-19 ainda é dúvida. Por isso a prevenção é a única arma que temos no momento para evitar a propagação da doença – que dependendo da pessoa infectada pode ter manifestação leve, moderada ou grave - podendo incapacitar ou matar.

O governo Bolsonaro faz pouco caso da imunização. No dia 17/12 o Supremo Tribunal Federal (STF) começará a julgar sobre a obrigatoriedade ou não da imunização em massa, mas as vacinas que estão sendo propagandeadas estão longe da realidade da classe trabalhadora. "Nossa única opção no momento é nos prevenirmos", alerta André Alves, secretário de Saúde da Fetquim.

A vacina da  Universidade de Oxford, desenvolvida em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, se mostra duvidosa. No dia 23 de novembro, os pesquisadores anunciaram eficácia de até 92%. Horas depois, o recuo: eficácia de 62%.

A empresa disse que os 92% foram obtidos em um pequeno grupo de voluntários (2,8 mil) que recebeu metade da 1ª dose (por um erro) e a 2ª dose completa da vacina. No grupo maior (8,9 mil voluntários), vacinado com duas doses completas, a eficácia foi de 62%.

Uma das dúvidas se refere à apresentação de resultados de ensaios distintos, um no Brasil e outro no Reino Unido. E esta não é a prática padrão de divulgação dos dados de testes de medicamentos e vacinas. "Não é possível unir os resultados de dois estudos com metodologias diferentes", explica Julio Croda, ex-diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde e pesquisador da Fiocruz.

Em São Paulo, o governador João Doria, já afirmou que a CoronaVac —  desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan — pode ser adotada mesmo sem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que exige a apresentação de pesquisas e os resultados clínicos da vacina chinesa antes de autorizá-la.

Outras vacinas, como a da Pfizer em parceria com a alemã BionTech, já apresentaram seus estudos à Anvisa, mas exigem temperatura mínima de 8ºC, o que dificulta a sua distribuição em todo o território brasileiro.

"Por isso enquanto o governo patina e a vacina não vem a única solução é a precaução", afirma André Alves. "Deixar os idosos em casa, fazer quartentena em caso de suspeita, mapear todos os trabalhadores e trabalhadoras sob suspeição nas fábricas e exigir o teste de todos os que tiveram contato com a pessoa infectada, usar máscaras, álcool gel, lavar tudo o que chega do supermercado, chegar em casa, tirar a roupa e ir direto para o banho, ter atenção aos calçados, pneus de carro na garagem e tudo o que tiver contato com o ambiente externo".