As representações do movimento sindical, movimentos sociais e entidades da sociedade civil, lotaram o Armazém 3, do Píer Mauá, no Rio de Janeiro, no último sábado (16/11) e entregaram ao presidente Lula o documento com as resoluções finais no encerramento do G20 Social, que teve início no dia 14 de novembro.
O evento foi considerado histórico e pioneiro para os movimentos sindicais, sociais e populares. É a primeira vez que a voz dos movimentos populares foi ouvida durante a programação das Cúpulas do G20 em caráter oficial.
Em seu discurso, o presidente Lula relembrou a trajetória da criação do fórum e ressaltou que não foi fácil engajar a sociedade para participar das atividades oficiais do governo. "Todos se lembram quando eu estava na presidência, no outro mandato, a gente fazia reuniões do Mercosul. O movimento sindical e os movimentos sociais, ao final de cada reunião, apresentavam aos presidentes as suas reinvindicações. Depois, isso acabou porque depende muito da vontade de cada presidente”, disse.
Lula ainda lembrou que participou do G20, em 2008, época em que o mundo enfrentava uma crise econômica, sobretudo nos Estados Unidos, e que após 14 anos, volta como presidente e participando do G20 no Brasil.
“Só poderia inventar o Fórum Social do G20 para acontecer no Brasil. Eu não poderia dar palpite para que outro presidente fizesse. Fiquei imaginando como é que a gente ia fazer para que as sociedades de todo o mundo pudesse assumir o trabalho para que as coisas acontecessem de verdade para o povo e como o povo decidindo”, continuou o presidente.
Lula também reforçou a importância do G20 Social nas lutas populares. “Este é um momento histórico para mim e para o G20. A partir desse ano o G20 ganhou um terceiro pilar, que se somou aos pilares político e financeiro, o pilar social, construído por vocês. Aqui toma forma a expressão de luta em busca de um mundo mais democrático, justo e diverso”, disse.
Enaltecendo a Cúpula Social
O presidente ainda chamou os movimentos sociais à luta, ao afirmar que o “encerramento do G20 Social é apenas o começo de uma luta que deve durar 365 dias por ano”.
Ele alertou também que é preciso continuar trabalho ao longo dos tempos, para que a luta seja reforçada e, que, de fato, as reivindicações se transformem em políticas que promovam um mundo mais justo, igualitário e que haja paz.
“Marca o começo de uma nova etapa que exigirá trabalho contínuo durante o ano todo. Conto com a força de vontade e dinamismo da sociedade civil para outros eventos que virão como a Cúpula dos Brics e a COP 30”, disse o presidente sobre dois eventos que serão realizados no Brasil, em 2025. E se comprometeu a entregar o documento final aos líderes do G20 durante a Cúpula que ocorre nos dias 18 e 19 e afirmou que os lideres dos países têm “o poder e a responsabilidade de fazer a diferença para muita gente”, citando os grupos de engajamento do G0 Social.
“A presidência brasileira não teria avançado nas três prioridades que escolheu se não fosse a participação das organizações que integram o G20 Social. A mobilização de vocês será fundamental”, disse o presidente, citando ainda que os governos precisam romper com a dissonância entre a voz do mercado e a voz das ruas.
O documento oficial com as contribuições e demandas da classe trabalhadora e setores da sociedade civil será encaminhado aos líderes de Estado na Cúpula do G20, que será nos dias 19 e 20 de novembro. Leia a íntegra do documento clicando aqui.