Mais de 50 organizações, movimentos populares e instituições como a FETQUIM, assinam a nota “Lutar não é crime” em repúdio à prisão da líder comunitária e coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) no Distrito Federal, Maria José Costa Almeida, conhecida como Zezé do MTST. Ela foi presa na última segunda-feira (3/06), pela Polícia Civil do DF Planaltina, após um mandado de prisão expedido pela Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) em meio a falsas acusações.
De acordo com a decisão da Justiça, Zezé foi condenada por crimes de extorsão e ameaça, que, segundo sua defesa, foi baseada em testemunhas, o que fortalece o argumento de que a líder comunitária foi alvo de retaliação ao seu trabalho histórico nos movimentos sociais, por direito à moradia.
A nota aponta que esse é mais um exemplo de criminalização dos movimentos populares no país. “Não podemos aceitar que, em nome da justa luta pelo direito a uma casa para morar, mais uma mulher negra faça parte das estatísticas de encarceramento do Brasil”, diz um dos trechos.
Leia abaixo a íntegra da nota, que está aberta a adesões:
LUTAR NÃO É CRIME!
Recebemos com indignação a notícia da prisão da companheira Zezé, uma liderança legítima e combativa dos movimentos de luta por moradia, reconhecida por grande parte dos movimentos sociais do Distrito Federal.
A acusação se sustentou apenas em provas testemunhais, que não correspondem à verdade, e é mais um exemplo de criminalização de movimentos sociais, o que é histórico no Brasil. Não podemos aceitar que, em nome da justa luta pelo direito a uma casa para morar, mais uma mulher negra faça parte das estatísticas de encarceramento do Brasil.
Lutaremos até o fim para que a justiça reconheça a inocência de Zezé e lhe garanta a liberdade.