O maior acidente de trabalho do Brasil, amplamente noticiado pela Imprensa e repercutido no Seminário de Saúde que a Fetquim-CUT realizou em 26 de abril de 2019, relembre aqui, completou dois anos sem a devida punição aos responsáveis e sem mudanças efetivas nas barragens.
A grande imprensa continua em silêncio sobre a carnificina de Brumadinho. A Vale do Rio Doce impunemente patrocina o horário nobre das TVs e em páginas de jornais e revistas semanais sobre a responsabilidade e cuidados exemplares com o meio ambiente.
Mostra, na realidade, uma imagem falsa, pois escapa da dita responsabilidade empresarial sobre as 272 mortes e os 12 desaparecidos! Continua a destruição com o luto de dezenas de famílias, das comunidades tradicionais, da destruição ambiental. Os responsáveis continuam impunes no grande mundo das finanças e a Vale do Rio Doce continua tendo lucros astronômicos.
Para Airton Cano, coordenador da Fetquim-CUT, “a cobrança da responsabilidade da Vale deverá continuar". "Esse acidente não poderá ser varrido de nossas memórias. A ação sindical e as mobilizações deverão continuar, principalmente no momento que precisamos avançar no impeachment de um presidente que despreza a vida e que tem trabalhado contra o povo brasileiro no combate da covid e pela falta da vacinação.”
Para André Alves, secretário de Saúde da Fetquim, e diretor dos Unificados de Campinas, “o governo Bolsonaro desprezou sempre a fiscalização do trabalho, que vem da reforma trabalhista de Temer e mostra que não está preocupado com a saúde dos trabalhadores e nem na cobrança dos danos causados pela Vale". "Os rejeitos da contaminação de Brumadinho ainda vão causar danos à saúde das populações ribeirinhas durante anos. Isso é semelhante ao Caso Shell que tivemos aqui em Campinas, que deixou praticamente centenas de trabalhadores e contaminados com problemas de saúde. A Vale também prefere continuar Lucrando, mas as responsabilidades deverão continuar ser cobradas e indenizadas e as famílias que sofreram merecem ter assistência médica permanente às custas da empresa, como o caso Shell.”