Sem descuidar das necessidades dos trabalhadores e trabalhadores químicos e farmacêuticos durante a pandemia, a Fetquim também trabalha junto ao macrossetor da indústria para criar uma estratégia conjunta, no estado de São Paulo, com o apoio de centrais como a CUT e Intersindical, que tenha como objetivo diminuir a dependência da China, promover uma reindustrialização nacional e pensar em uma nova industrialização.
“A quarta revolução industrial ou indústria 4.0 está aí, a pandemia acelerou o processo e está impondo novos desafios, nada será como antes, a questão é: como será? Por isso precisamos nos organizar já”, explica Airton Cano, coordenador político da Fetquim.
O Japão vai investir US$ 1 trilhão pensando no pós-pandemia para trazer setores de volta ao país e estimular a produção interna. Os americanos já estão fazendo essa discussão.
Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, concorda e ressalta a iniciativa. “A economia global vai mudar e o Brasil deveria estar preparado para isso. O governo hoje desconsidera essa questão, não tem organização nem para lidar coma pandemia de Covid19. Este é o momento que as empresas, trabalhadores e sociedade civil em geral precisam levar esse debate do futuro da indústria adiante”, afirma.
Segundo ele, o Brasil precisa voltar a investir em tecnologia. “Perdemos a terceira revolução tecnológica, hoje dependemos de toda a microeletrônica importada, há uma necessidade de discussão e construção de alternativas. Precisamos aproveitar o contexto da pandemia e o SUS, que é um grande comprador mundial, para garantir a estabilidade de compra, promover a reconversão de algumas plantas industriais, fortalecer a indústria nacional, que até a década de 90 fazia quase de tudo e tinha capacidade de reconversão”, explica ele.
A Fetquim tem feito inúmeras discussões com representantes dos trabalhadores e setor da macroindústria (metalúrgico, construção, energia, têxtil). Em junho a federação terá uma reunião na Fiesp para discutir políticas de reindustrialização no pós-pandemia.