O registro de Lula como candidato à Presidência da República pelo PT, tendo Fernando Haddad como vice, está previsto para ocorrer nesta quarta-feira (15), no Tribunal Superior Eleitoral. Marchas de diversas regiões do país chegam à capital federal para engrossar a pressão popular para o registro da candidatura. Representantes da Fetquim também estarão lá para fazer valer a voz do povo e a democracia.
Na segunda-feira (13), a marcha recebeu a visita do Nobel da Paz, arquiteto, artista e ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel. Esquivel foi uma das primeiras personalidades do cenário mundial dedicado à defesa dos direitos humanos a tentar visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Ele também apresentará indicação de Lula para prêmio Nobel da Paz.
Também visitam a marcha a deputada do 'Podemos' da Espanha, Maria Spinoza, e a presidenta e a vice da União nacional dos Estudantes (UNE), Marianna Dias e Jessy Daiane. Mais de 5 mil camponeses chegarão marchando em Brasília na quarta-feira.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Ester Hoffmann observou que a marcha, ao convergir com milhares de outros manifestantes na capital federal, promoverá um feito na história da República: será a primeira vez que uma manifestação popular acompanhará o registro de um candidato a presidente: “O povo vai fazer um registro no TSE para mostrar que quer Lula livre e Lula candidato”, disse, por telefone, direto da Coluna Prestes.
Mobilização
“A Marcha Nacional Lula Livre é uma forma de demonstrar que o povo tem sua força, sua organização e seu projeto”, explica Antônia Ivoneide, também da direção do MST. “E esse projeto enxerga em Lula a possibilidade real de reverter as maldades que o Golpe de 2016 trouxe para o povo pobre: fome, desemprego, ataques à saúde e educação, aumento da violência e entrega das riquezas nacionais”.
Os militantes se dividem em três colunas que partiram de pontos do entorno do Distrito Federal para percorrer em média de 50 a 90 quilômetros. São as Colunas Tereza de Benguela (com militantes da Amazônia e Centro-Oeste), Ligas Camponesas (com militantes do Nordeste) e Coluna Prestes (que reúne militantes de Sul e Sudeste).
Também se fazem presentes na Marcha Nacional Lula Livre outros movimentos da Via Campesina, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), e o Levante Popular da Juventude. A expectativa é reunir, junto com caravanas de trabalhadores urbanos, pelo menos 10 mil pessoas em Brasília.
Além da marcha, outras mobilizações acontecem em torno do direito da liberdade e da candidatura de Lula. Sete militantes se encontram em greve de fome há 13 dias para denunciar a volta da fome e reafirmar esperança de que Lula possa reverta essa situação. Na última sexta-feira (10) ocorreu o Dia do Basta, promovido pelas centrais sindicais e movimentos sociais.
A partir desta segunda, até quarta, estão previstos ainda atos de apoio a Lula em diversos países. A jornada internacional terá eventos hoje na África do Sul, Áustria, Canadá, Cuba, Estados Unidos (Nova York, Boston e Washington) e Reino Unido. Amanhã será na França e na quarta em Portugal e Suíça.