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14 de Junho de 2021

FETQUIM define luta por uma política industrial do setor químico para geração de mais empregos


Escrito por: Fetquim


Fetquim

A tentativa de extinção do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), feita através da Medida Provisória 1034 e editada pelo governo Bolsonaro, retomou um debate importante do papel da indústria química brasileira, responsável por 2 milhões de empregos em nível nacional e 2,3% do PIB brasileiro. Após mobilização dos trabalhadores e empresários do ramo, a Câmara dos Deputados resolveu manter o REIQ e reduzi-lo progressivamente. O REIQ é, atualmente, um dos poucos instrumentos de política industrial restante.

O debate do REIQ, ainda em curso, trouxe para o centro da mesa a questão do desenvolvimento da indústria química nacional. Nesse sentido, o empresariado químico representado pela Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) vem abertamente se posicionando favorável a políticas industriais que visem o aumento da participação do setor na economia.

A mesma classe que apoiou o golpe contra o governo democraticamente eleito da presidente Dilma Rousseff agora lamenta a falta de uma política direcionada aos interesses da nação via indústria química. Segundo Ciro Marino, presidente-executivo da associação, "há uma dificuldade das indústrias multinacionais em entender que não podemos depender de políticas de governo, precisamos de políticas de Estado”. 

A falta de planejamento e de uma política industrial robusta foi objeto de deliberação do congresso da FETQUIM. A moção aprovada se posiciona sobre a necessidade de elaboração de um plano nacional para o Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS). No coração do complexo, os trabalhadores da indústria química produzem fármacos, farmoquímicos e materiais hospitalares essenciais para uma retomada da indústria e melhoria dos serviços de saúde. Reduzindo a balança comercial deficitária, o país pode produzir localmente muitos dos insumos necessários à saúde da população brasileira. Através de uma maior produção de conteúdo local, os trabalhadores brasileiros serão mais valorizados e teremos melhorias gerais na economia. 

Diante desse cenário, fica claro o papel dos trabalhadores organizados sendo os únicos capazes de formular um plano de favorecimento dos interesses nacionais. As empresas multinacionais e seus interesses lucrativos obviamente não podem ser os responsáveis do processo de melhoria das condições de vida da classe trabalhadora. “É importante pontuar que essas questões foram debatidas e aprovadas em nosso 5º congresso”, afirma o coordenador político da FETQUIM, Airton Cano.