A Fetquim apoia a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de todo o Brasil, que entraram em greve por tempo indeterminado.
É de se espantar que em plena pandemia de Covid-19, onde os Correios registram expressivo aumento de demanda via e-commerce e lucro comprovado, que seus trabalhadores – um dos mais expostos ao novo coronavírus – sejam sobrecarregados, desassistidos e trabalhem sem equipamentos de proteção.
A empresa reduziu de 70% para 50% a participação no financiamento do plano de saúde, promoveu a retirada de dependentes, como pais e mães do convênio, acabou com o vale-alimentação, o auxílio creche, o auxílio morte, a licença maternidade de 180 dias, o anuênio e pagamento de 30% de adicional de risco, entre outros benefícios. Mais de 15 mil trabalhadores da ECT abandonaram o convênio médico depois que ficou mais caro e restrito.
Após inúmeras tentativas de negociação com a direção da empresa, a falta de diálogo com as lideranças sindicais e a supressão de nada menos do que 70 das 79 cláusulas do Acordo Coletivo da categoria assinado para vigorar até 2021, a greve por tempo indeterminado é mais do que apropriada, justa e urgente.
Em plena pandemia, os Correios mostram sua importância e capilaridade, desempenhando um papel fundamental na distribuição de exames de Covid-19 e medicamentos em áreas remotas do país, com custo muito inferior aos aplicados por outras empresas. Os Correios são um grande patrimônio brasileiro. Não pode ser privatizado!
A direção da empresa está destruindo benefícios conquistados ao longo de 30 anos de luta, expondo os carteiros à doença, e todos os que manipulam mercadorias e correspondências, incluindo os clientes.
A direção dos Correios e o governo Bolsonaro agem de forma arbitrária contra os direitos dos trabalhadores em plena pandemia de Covid-19 e empurra milhares deles a uma greve na pior crise que o país vive. Agem com descaso e negligência.
Não há justificativa econômica para exterminar os direitos dos trabalhadores e vender a empresa, que obteve lucro superior a R$ 1 bilhão entre 2017 e 2019 e tende a ampliar o mercado e, por extensão, o faturamento com a expansão do comércio eletrônico durante a pandemia.
A Fetquim apoia a greve e a legítima luta dos trabalhadores e trabalhadoras da ECT!