Os riscos da exposição de trabalhadores ao benzeno foram debatidos hoje por senadores, especialistas e sindicalistas em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O coordenador político da FETQUIM, Joel Souza, e o secretário de Saúde da FETQUIM, André Alves, marcaram presença em Brasília.
O senador Paulo Paim (PT-RS), que requisitou a audiência, explicou que existem cerca de 7,3 milhões de brasileiros em grupos ocupacionais com potencial exposição ao benzeno. Desse total, 770 mil são considerados como trabalhadores provavelmente expostos. "São números que impõem à sociedade e ao Estado o dever de proteção, e não de tolerância... Nossa responsabilidade é enorme. A vida e a saúde dos trabalhadores estão em jogo", disse ele.
Os principais profissionais expostos ao benzeno, reconhecido e classificado como cancerígeno, atuam na manipulação, produção, transporte e uso de produtos derivados de petróleo e solventes, em especial químicos, petroleiros, operadores de máquinas e motores além de frentistas e atendentes de lojas de conveniência em postos de combustível.
"Estamos aqui para dizer não ao limite de exposição ao benzeno (LEO) que a patronal tenta implantar", afirma André Alves.
Joel Souza lembra o Valor de Referência Tecnológico (VRT) foi pensado e debatido há quase 30 anos entre movimentos sindicais, pesquisadores, sindicalistas, empregadores e governo. "Não há limiar seguro. Substituir o VRT por limites de exposição ocupacional (LEO), é um golpe na história".