Químicos e petroquímicos de todo o país foram surpreendidos com a notícia de uma explosão de cilindro na planta da PVC, unidade da Braskem, no Pólo Petroquímico de Camaçari-BA, na tarde de sexta-feira, 13/11.
O acidente, segundo a própria empresa, foi de alto grau, mas com perdas mínimas. Felizmente sem nenhuma vítima. A explosão teria sido causada por uma fagulha que caiu em um vazamento de gás.
Trabalhadores da planta reclamaram ao Sindiquímica-BA da pressão da chefia para a liberação às pressas do serviço de solda na área, gerando apreensão entre os trabalhadores. Medidas de segurança foram tomadas rapidamente, como o combate ao sinistro, evacuação da área e redução da carga. Mas o incidente poderia ter sido pior.
Em 2010, na mesma planta, um trabalhador terceirizado morreu de forma terrível. Ele ficou pendurado em uma linha de vapor de alta pressão e foi atingido pelo ar de 500 graus. Outros dois terceirizados também foram atingidos e ficaram muito machucados, mas sobreviveram.
"Uma história como esta já mexe com a cabeça dos trabalhadores da planta, como um fantasma que atormenta. Cada acidente que acontece fica ainda pior. Quem se sente seguro ao trabalhar com itens altamente inflamáveis e sob risco de explosão?", questiona o secretário de Saúde e Segurança do Trabalho da Fetquim, André Alves.
A Fetquim reforça a importância das Normas Regulamentadoras (NRs), construídas por anos com representantes dos trabalhadores, que têm sido alteradas de forma autoritária e em benefício claro e explícito do empresariado, expondo trabalhadores e trabalhadores a sérios riscos de vida.
E enfatiza a importância da 5ª turma nas jornadas de turno. O trabalho sob risco de explosão é algo psicologicamente desgastante, gerando sérias consequências para a saúde e a vida pessoal destes trabalhadores. Por isso é importante que estes trabalhadores tenham jornadas diferenciadas, o que, inclusive, evita acidentes.