Fonte: Diário do Grande ABC
O bisfenol A (BPA, na sigla em inglês
No estudo, fêmeas de rato-veadeiro consumiram BPA na dieta durante a gestação e a amamentação. A proporção da substância não ultrapassava os níveis considerados seguros, estipulados pelo FDA, a autoridade sanitária americana: cerca de 50 miligramas por quilo de alimento. A prole masculina dessas fêmeas era aparentemente idêntica aos roedores que não foram expostos ao BPA. Manifestavam, no entanto, um comportamento muito diferente. Não conseguiam sair de um labirinto simples que outros machos enfrentavam com facilidade.
Os cientistas viram um sintoma de feminilização na incapacidade do animal em lidar com informações espaciais: na espécie estudada, os machos possuem um senso de orientação muito mais aguçado. Sem ele, não conseguiriam encontrar as fêmeas espalhadas no ambiente e se reproduzir. Além disso, machos expostos ao BPA foram desprezados pelas fêmeas que, de alguma forma, percebiam a diferença com relação aos outros machos.
O BPA já foi banido no Canadá, na Costa Rica, na Malásia e em pelo menos 11 Estados americanos. No Brasil, a proibição do elemento químico está em discussão no Congresso. Em abril, a Justiça determinou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que regulamentasse em 40 dias a inclusão de um alerta sobre a presença da substância nas embalagens dos produtos. A agência conseguiu prorrogar o prazo até agosto e está recorrendo da decisão.