Fonte: Reuters Brasil
O emprego na indústria brasileira voltou a mostrar sinais de fraqueza ao registrar queda em maio de 0,3 por cento ante abril, o terceiro resultado negativo consecutivo, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
Na comparação com igual mês de 2011, o emprego industrial recuou 1,7 por cento, a oitava queda seguida e a mais intensa desde dezembro de 2009, quando recuou 2,4 por cento.
Há meses o setor industrial vem enfrentando dificuldades em deslanchar, impedindo uma recuperação mais robusta da economia brasileira e levando o governo a divulgar medidas de estímulos. Em maio, por exemplo, a produção do setor caiu 0,9 por cento frente a abril, registrando a terceira queda mensal seguida.
"A produção mostra um menor dinamismo há meses e isso se reflete com clareza no mercado de trabalho da indústria. Enquanto a produção não se recuperar, o mercado de trabalho não vai responder", afirmou à Reuters o economista do IBGE André Macedo.
Em maio, o contingente de trabalhadores sofreu redução em 12 das 14 áreas pesquisadas na comparação com maio de 2011, sendo que o principal impacto negativo veio de São Paulo, com queda de 3,2 por cento.
Entretanto, Macedo destacou que no setor de produção da linha branca, o emprego cresceu 2 por cento em maio na comparação com o mesmo mês de 2011, como reflexo da redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), uma das recentes medidas do governo para impulsionar a atividade.
"A redução do IPI já tem algum resultado positivo, assim como na produção, diferenciando o setor da linha branca do comportamento predominantemente negativo", disse Macedo.
O índice de emprego acumulado nos cinco primeiros meses de 2012 apontou recuo de 1,1 por cento na comparação com igual período do ano anterior. Já no acumulado dos últimos 12 meses foi registrado perda de 0,3 por cento em maio passado.
Por sua vez, o número de horas pagas caiu 0,6 por cento em maio em relação a abril, terceira taxa negativa consecutiva. Na comparação com maio de 2011, o número de horas pagas recuou 2,8 por cento, o nono recuo seguido e o mais intenso desde novembro de 2009, quando caiu 3,1 por cento.
No acumulado dos últimos 12 meses, o número de horas pagas mostrou queda de 1,1 por cento em maio.
Diante disso, as autoridades vêm buscando adotar medidas de estímulo à economia. Enquanto o governo anuncia benefícios fiscais a indústrias e consumidores, além de aumento das compras governamentais, o BC reduziu a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto passado, para a mínima recorde de 8,50 por cento ao ano atualmente.
Na quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) deve realizar mais um corte de 0,50 ponto percentual na taxa