Uma conversa sobre o Brasil com o ex-prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, abriu o Seminário da Diretoria do Sindicato nesta terça-feira, 3 de março, na Praia Grande, litoral de São Paulo. Toda a direção ficará reunida até sexta-feira com a responsabilidade de planejar a implementação das resoluções do 13º Congresso dos Químicos do ABC, realizado em novembro do ano passado.
“Este é um sindicato que dialoga com os trabalhadores e trabalhadoras e que já realizou 13 congressos. Estamos aqui para exatamente isso: transformar as propostas aprovadas pela categoria química no último congresso em ações”, pontuou o presidente do Sindicato, Raimundo Suzart, saudando as lideranças.
Em seguida, Marinho, que foi sindicalista, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e ex-prefeito de São Bernardo conversou com os diretores e diretoras sobre impressões do atual momento do país e o cenário das eleições municipais de outubro próximo.
Para Marinho, não podemos permitir que a esperança morra, apesar de tudo o que está acontecendo no País, e ver oportunidades em qualquer situação que possamos ter. “Lula sempre advertiu que a elite brasileira nunca permitiu que o povo tivesse oportunidades. Tudo o que conseguimos, inclusive acabar com a ditadura militar, foi por meio de muita luta, mostrando que o poder de organização do povo tem o potencial de transformação social”, afirmou.
Questionado sobre as possibilidades dos partidos progressistas nas próximas eleições, Marinho foi enfático na defesa do Partido dos Trabalhadores (PT) com potencial de vitórias para retomar algumas prefeituras do Grande ABC. “As eleições de 2016 foram o fundo do posso para qualquer debate político com sanidade. Hoje parte da população ainda está insana, mas recuperamos grande parte a credibilidade do PT, ainda temos muito a construir mas não podemos esquecer que foi com teimosia e muita ousadia que construímos o PT, o único partido do Brasil organizado e, apesar de seus defeitos, se posiciona em todo o território nacional com um projeto de nação”, afirmou.
Como enfrentar este momento
Para o ex-prefeito de São Bernardo, o desafio hoje colocado aos cidadãos é enfrentar um paranoico na presidência da República, “cujas asneiras e absurdos podem estar milimetricamente pensado”, pontuou. “Para responder a isso, precisamos também planejar muito bem cada ação política. É o que vocês estão fazendo neste seminário. Se todos os sindicatos planejassem suas ações provavelmente hoje teríamos um poder de reação maior diante do desmonte que o Brasil está sofrendo”, completou.
Sobre o eventual processo de impeachment de Bolsonaro, Marinho afirma que a esquerda não tem maioria no Congresso para pedir o afastamento do presidente, e que essa talvez não seja a melhor estratégia.
“Vamos colocar Mourão na presidência, com possibilidade de reeleição desse grupo que está desmontado o País. Eles conseguiram afastar a Dilma, tiraram Lula das eleições e buscaram destruir a possibilidade de resistência, com ataques aos sindicatos e aos movimentos sociais, para poder trazer de volta a servidão. Isso tudo só muda com a retomada do projeto nacional em 2022. Mas até lá é preciso resistência, que passa pelas eleições municipais de 2020. Precisamos aproveitar o grande momento de esperança, que é uma eleição”, explicou.
Reforma Sindical e novas tecnologias para a organização sindical
Ainda nesta terça-feira, o Seminário irá debater a proposta da reforma sindical que está tramitando no Congresso Nacional (PEC 196), com José Lopes Feijoo, assessor e consultor sindical.
O uso das novas tecnologias para a organização sindical é o tema da última discussão do dia, com apresentação sobre o tema com representante da empresa de TI Pandora.
A partir desta quarta-feira até o final da manhã de sexta-feira, as lideranças químicas definirão cronograma de ações e responsabiliades relacionadas às resoluções do 13º Congresso dos Químicos do ABC.