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14 de Fevereiro de 2021

Dieese: 38,5% das negociações tiveram aumento real em 2020


Escrito por: Fetquim


Fetquim

Estudo produzido pelo Dieese – Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos mostra que apenas 38,5% dos salários tiveram aumento real em 2020.  Já os reajustes iguais à inflação somaram 34,3% do total. As reposições menores que o índice representaram 27,2% dos acordos. A pesquisa abrange os setores de comércio, indústria e serviços e baseia-se em 11.738 reajustes salariais analisados.

Os dados referem-se às datas-bases de 2020 registradas no Sistema Mediador, do Ministério da Economia, até a primeira quinzena de 2021. O levantamento tem como referência a inflação calculada pelo INPC-IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

“É um dos mais baixos de toda a série histórica”, afirma José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese. O desempenho fraco se deve à crise pandêmica que desencadeou uma crise econômica. “No período analisado, houve forte impacto na atividade econômica em geral, queda do emprego e do consumo”, explica.

Para Silvestre, em 2020 o percentual de reajustes com reposição inflacionária perto de zero é maior, por exemplo, que o de 2019. Enquanto há dois anos houve 0,3% de reajustes sem nenhum ganho real nos salários, no ano passado esse número foi de 8,8%. Em 2019, 39 negociações não repuseram a inflação acumulada no período de 12 meses; em 2020 esse número foi a 1.036.  “No ano passado, mesmo os salários reajustados acima da inflação não tiveram um ganho significativo, boa parte ficou perto de zero”, afirma.

Somados os reajustes iguais e acima do INPC, a variação real média geral dos reajustes foi de -0,11%. O setor com pior desempenho na reposição do índice de inflação salarial foi o de Serviços (33,3%), seguido pelo Comércio (23,8%) e Indústria (20,8%).