Sob a coordenação da Secretaria de Políticas Sociais da FETQUIM está sendo desenvolvida uma pesquisa no ramo químico ( o que inclui o farmacêutico) sobre os trabalhadores e trabalhadoras com algum tipo de deficiência física para mapear seus principais desafios e atividades nas fábricas e escritórios.
A pesquisa está sendo feita buscando conhecer a realidade do cumprimento das cotas a partir dos dados da RAIS, informadas pelas empresas na área química em São Paulo. Tudo para ampliar a ação sindical social de inserção no mercado de trabalho das várias pessoas que possuem os mais diversos tipos de deficiências, visual, auditivo, intelectual, motor, entre outras.
Ao mesmo tempo serão realizadas algumas entrevistas em profundidade buscando conhecer a experiência concreta dos trabalhadores químicos com deficiência além das vantagens e dificuldades sócios-econômicas e da saúde em geral (considerando os aspectos físicos, mentais e emocionais), e ao mesmo tempo realizar um estudo comparativo das pessoas com deficiência sem trabalho.
A pesquisa será realizada pela assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim, com o apoio da UNB (Universidade de Brasília), através do NEVIS (Núcleo de Estudos de Violência e Segurança), e a subseção do Dieese da Fetquim/CNQ.
Luta permanente das pessoas com deficiência
Amábile Cordeiro, secretária de Políticas Sociais da FETQUIM, reforça o papel da “Organização das Nações Unidas na proteção dos direitos humanos na inclusão permanente das pessoas com deficiência" e o papel da FETQUIM nesta iniciativa.
"O Brasil participou intensamente dos debates que deram base ao texto da Convenção, que contou ainda com a participação das próprias pessoas com deficiência (PcD). Um ponto de destaque do texto da convenção foi a alteração para a definição de pessoa com deficiência. Desde então os termos “deficiente” ou “portador de necessidades especiais” não são mais utilizados. A palavra “deficiente” é pejorativa, à medida que coloca a deficiência à frente da pessoa, enquanto que a palavra “portador” remete a algo que a pessoa carrega e que, portanto, não faz parte dela. Dessa forma, a denominação mais adequada é “pessoa com deficiência”, pois assim há a valorização da pessoa acima de tudo, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais", explica Amábile.
André Alves, secretário de Saúde da FETQUIM e parceiro dessa iniciativa, diz que "é importante o trabalho de pesquisa que vamos realizar para cobrarmos depois o cumprimento da cota das pessoas com deficiência, sendo compatível com a realidade e trabalho que possam executar, facilitando o acesso em todos os locais de trabalho (acessibilidade), além dos locais públicos, como calçadas, escadas entre outros meios de facilitar a locomoção delas".
"Vamos evitar, enfim, os constrangimentos que as pessoas com algum tipo de deficiência sofrem. É preciso que as empresas tenham uma nova mentalidade radical de mudança e de inclusão social total na sociedade e no mundo do trabalho”, diz André.