Nesta sexta-feira (14/02), as agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em todo o país serão palco de protestos contra o sucateamento tanto do Instituto como dos demais serviços públicos, promovido pelo governo de Jair Bolsonaro. Os atos estão marcados para acontecer a partir das 9h da manhã nas agências centrais de vários estados brasileiros e em cidades do interior.
O ato principal será realizado na capital paulista, a partir das 9h, com concentração na agência da Rua Cel. Xavier de Toledo, 280, no centro de São Paulo. De lá, a manifestação segue em caminhada até a Superintendência do INSS, no Viaduto Santa Ifigênia.
Os sindicalistas vão distribuir panfletos mostrando que o que está acontecendo é consequência da falta de investimentos e má gestão do governo Bolsonaro e alertar que a população precisa exigir que os problemas do INSS sejam resolvidos. Essa luta é de todos os brasileiros.
“Queremos que o governo contrate pessoas, realize concursos públicos, acerte o quadro de pessoal, respeite o povo brasileiro e acabe com as filas”, diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre lembrando que Bolsonaro acabou com os concursos públicos, não repôs servidores que se aposentaram ou morreram e é ruim de gestão.
Entre 2016, ano do golpe de Estado, e 2019, o quadro de servidores caiu de 33 mil para 23 mil. Além disso, denunciam os servidores, a gestão atual decidiu colocar funcionários que atendiam o público na retaguarda em trabalhos internos e todo atendimento que era feito no balcão passou a ser feito por meio do INSS Digital.
O resultado é que o INSS está sobrecarregado, com alta demanda de pedidos de concessão de benefícios, como aposentadoria e auxílio-doença, e a falta funcionários piora o problema. Atualmente são mais de dois milhões de brasileiros aguardando análise dos pedidos.
"O sistema entrou em colapso. Filas enormes, tanto virtuais quanto nas agências, o povo sofrendo com a precariedade dos serviços e trabalhadores sobrecarregados, adoecendo. É a trágica situação do INSS atualmente", diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
O presidente da CUT Nacional alerta ainda que a situação do INSS é um exemplo do que vai acontecer em outras áreas, como saúde e educação, por isso é importante conscientizar o povo brasileiro e os servidores que o caos no instituto pode ocorrer em outros setores porque este governo quer vender tudo para iniciativa privada, até as aposentadorias e outros benefícios previdenciários. Mas, antes de privatizar, eles desmontam.
“Bolsonaro e Guedes têm aversão a tudo o que é público e querem transformar tudo em privado. Essa é a visão ultraliberal deles que traz graves consequências para o povo. Se todos os serviços forem privatizados, como fica o povo, que não tem nem emprego nem renda para pagar por esses serviços?”, questiona Sérgio Nobre
“As pessoas têm direito ao serviço público. No INSS, não é só pela aposentadoria. É porque elas têm problemas de saúde, sentem dores, estão afastadas do trabalho e não pode receber durante o tratamento”, completa o presidente da CUT.
Mas, para tentar sanar os problemas do INSS, causados também pelo fechamento de agências e a falta de investimentos nos equipamentos, o governo ao invés de apresentar soluções efetivas como contratar mais trabalhadores entre os milhões de desempregados e realizar concursos públicos, chama militares da reserva para cobrir a falta de funcionários. Esses militares, já aposentados, não estão qualificados para desempenhar as funções do Instituto.
Más intenções
O sucateamento do INSS é um exemplo do que pode acontecer em outras áreas do serviço público que são essenciais à população, em especial às pessoas mais carentes. Investimentos em saúde e educação já foram cortados pelo governo. Segundo dados do Tesouro Nacional, somente no primeiro ano de mandato, Bolsonaro cortou 4,3% dos gastos com saúde e 16% dos gastos com educação.
Enquanto isso, a área da defesa teve um aumento de 22,1% de aumento nos investimentos.
“O INSS já foi desmontado. Agora fazem a mesma coisa na educação e na saúde. O que Bolsonaro e Paulo Guedes [ministro da Economia] querem, na verdade, é fazer uma reforma administrativa para cortar salários e demitir funcionários públicos”, alerta Sérgio Nobre.
O dirigente ainda reforça que o povo continuará precisando e procurando escolas, hospitais públicos e outros serviços, e com a falta de servidores, a exemplo do INSS, o caos será instaurado nos outros setores.