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28 de Outubro de 2019

Assembleia no ABC aprova proposta do setor químico 2019


Escrito por: Químicos do ABC


Químicos do ABC

Em assembleia realizada na manhã de sábado, 26/10, no Auditório do SINDEMA, em Diadema, os trabalhadores e trabalhadoras químicas da regão do ABC paulista aprovaram a proposta resultante das negociações e autorizaram a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho 2019-2021.

Assim, os salários e as demais cláusulas econômicas serão reajustados pelo índice oficial da inflação, e os valores de PLR mínima – para empresas que não têm programa próprio – além da inflação, têm ganho real (acima da inflação – veja mais abaixo).

Inflação baixa como estratégia de empobrecimento

“Sabemos que essa inflação oficial não reflete o custo de vida que o trabalhador e a trabalhadora sentem quando vão ao mercado ou comprar gás, pagar luz e outras contas. Mas as reformas do governo Temer e as políticas do governo Bolsonaro estão impactando nas negociações das campanhas salariais”, observou o coordenador da Fetquim, Aírton Cano, que também é diretor do Sindicato dos Químicos do ABC. "Na nossa avaliação, essa inflação calculada pelo governo é uma estratégia para derrubar a classe trabalhadora, estratégia de empobrecimento, semelhante à proposta da tal Carteira Verde Amarela, defendida por Bolsonaro e onde o trabalhador vai ter que escolher entre emprego ou direitos”, pontuou Cano. 

“As Comissões de Fábrica e dirigentes de base vêm enfrentando dificuldade para fazer cumprir os direitos da Convenção e diante de tantos ataques para fragilizar os sindicatos nós buscamos priorizar nesta campanha a unidade das federações da CUT e Força Sindical no sentido da manutenção das cláusulas sociais”, explicou o coordenador.

Nenhum direito a menos

O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Ramundo Suzart,  também falou sobre o baixo índice do reajuste. “Faz cinco anos que não temos nada de ganho real. E sabemos que da forma como a inflação oficial é calculada ela não reflete a perda do poder de consumo do nosso salário”, afirmou.  

“Mas para nós é importante manter a Convenção Coletiva até 2021, na verdade é uma forma de proteção contra a terceirização e proteção ao trabalhador diante das mudanças da CLT que reduziram direitos. Mantemos nossas 84 cláusulas, reajustamos o salário pela inflação e até  obtivemos algum ganho real na PLR mínima, agora é ir atrás das empresas que sabemos que têm potencial para reajustar os salários por um índice maior do que a inflação oficial”, completou Raimundo.

Se as assembleias dos demais sindicatos filiados à Fetquim/CUT e Fequimfar/Força Sindical aprovarem a proposta sem mudanças, a Convenção Coletiva será assinada no próximo dia 12 de novembro.  O índice correto do reajuste das cláusulas econômicas será anunciado no dia 8/11.

Após a assembleia, os presentes iniciaram as discussões da 3ª Plenária Preparatória do 13º Congresso dos Químicos do ABC, que tem como tema  a sustentação financeira da luta dos trabalhadores.

Confira a proposta aprovada:

- Reajuste dos salários e das demais cláusulas econômicas (exceto PLR): 100% pelo INPC (estimativa de 2,72%)


- PLR Mínima para empresas com até 49 trabalhadores: R$ 1.035,00 (reajuste de 3,5% - ganho real de 0,76% pela última estimativa)


- PLR Mínima para empresas que tenham acima de 50 trabalhadores: R$ 1.150,00 (reajuste de 3,6¨% - ganho real de 0,86% pela última estimativa)


- Renovação de todas as cláusulas sociais até 31.10.2021