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02 de Fevereiro de 2018

Assembleia discute jornada na EMS em Hortolândia


Escrito por: Químicos Unificados de Campinas e Osasco


Químicos Unificados de Campinas e Osasco

Trabalhadores e trabalhadoras da empresa farmacêutica EMS participaram nesta sexta-feira (02/02/18) da assembleia com Sindicato dos Químicos Unificados para tratar das mudanças que a empresa tenta impor à jornada laboral em duas fábricas localizadas em Hortolândia. Na fábrica 1, os/as companheiros/as foram chamados individualmente para assinar “acordos de compensação de jornada” que alteram a jornada vigente tornando-a a mesma que a EMS quer aplicar na fábrica 2 (onde as folgas não caem aos finais de semana).

A jornada atual da fábrica 1, que garante os sábados alternados, tem validade até 15 de janeiro de 2019. Ela foi assinada pelo sindicato e empresa após aprovação dos companheiros em assembleia. O Unificados orienta os trabalhadores e trabalhadoras a não assinarem nenhum acordo individualmente e construírem uma greve com ampla adesão dos/as companheiros das duas fábricas em defesa de um acordo mais favorável e negociado diretamente com Unificados.

O sindicato já enviou notificação à empresa alertando que esses “acordos” violam explicitamente o estabelecido na norma coletiva e solicita que a empresa pare imediatamente com esta prática que se caracteriza como assédio moral e antissindical.

A EMS Farmacêutica tem no total cerca de 2.500 trabalhadores em Hortolândia. Ela é líder no mercado de genéricos no País, cujo faturamento líquido alcançou R$ 2,92 bilhões em 2016

Goela abaixo

A jornada que a EMS quer aplicar é na fábrica 1 é a mesma que impôs aos trabalhadores da fábrica 2. Para regularizar a situação da jornada vencida na fábrica 2, o Unificados propôs que os trabalhadores pudessem decidir sobre a proposta apresentada pela empresa em votação secreta, com acompanhamento do sindicato.

Porém, a empresa passou por cima da reivindicação e realizou votação sem a presença do sindicato, em uma sala com a presença de toda a chefia. Ou seja, uma votação marcada pela coação. Segundo informações que chegaram ao Unificados, a empresa chegou a recrutar trabalhadores para a fábrica 2 e 20% dos candidatos desistiram da vaga por causa da jornada. Vale ressaltar que, diante da posição arbitrária da empresa, o sindicato não assinou acordo de jornada para a fábrica 2.

Desastre da reforma trabalhista

O caso da EMS é mais um exemplo do desastre provocado pela aprovação da reforma trabalhista, que permite aos patrões forçarem todo tipo de mudanças sob a alegação de que agora a lei permite negociação direta, sem a presença do sindicato.

Agora, a Previdência Social – o seu direito à aposentadoria – está na mira dos golpistas. Temer tenta de todas as formas fazer com que a destruição das aposentadorias seja votada no Congresso até 19/02.  Para isso, ele está comprando parlamentares, pagando bilhões em campanhas publicitárias, indo a programas de TV para mentir sobre a situação da Seguridade Social.

Para barrar mais este retrocesso, que agravará o futuro de milhões de brasileiros é preciso mostrar a insatisfação em peso e aderir à Jornada Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência, organizada pelas centrais sindicais. A orientação é para que  o próximo dia 19 de fevereiro seja um Dia Nacional de Luta, com paralisações no setor produtivo do País, nos serviços públicos, atos com ampla adesão da população.