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16 de Julho de 2021

Agronegócio e Bolsonaro querem liberar mais 4000 agrotóxicos!


Escrito por: Fetquim


Fetquim

Nos governos democráticos o órgão regulador da liberação de agrotóxicos era a ANVISA, preocupada com a saúde de todos, porém , a partir do governo Bolsonaro,  o bode tomou conta da horta, com a análise técnica de liberação pelo Ministério da Agricultura em mãos do lobby (pressão econômica) do Agronegócio.

Nos últimos três anos foi aprovado um número recorde de agrotóxicos  (1222), a toque de caixa sem estudos e pesquisas detalhadas. Pior: o governo cortou vergonhosamente as verbas para pesquisa junto às universidades e junto ao Ministério de Ciência Tecnologia. Foi mais um gol contra, negacionista, do governo que  não promove a ciência. Resultado: pioram as condições de saúde de nosso povo que consome produtos agrícolas com suspeita de serem cancerígenos, segundo a assessoria de saúde e Previdência da Fetquim.

Segundo o informativo JOTA (13/07/21), especializado em regulação e assuntos jurídicos, estão na fila cerca de 4 000 pedidos de aprovação de agrotóxicos, sendo divididos entre produtos técnicos e 2.500 em produtos formulados (que são em geral  variações de fórmulas de agrotóxicos existentes).

Agrotóxicos paraquate e glifosato mataram centenas de brasileiros na última década

Em base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, obtidos pelo Repórter Brasil em 2020, houve o registro de 45,7 mil atendimentos de intoxicação por agrotóxico entre 2010 e 2019. Desses casos, 29,4 mil tiveram confirmada a intoxicação em contato com agrotóxicos, sendo que 1,8 mil pessoas morreram. 

Além disso, 14.296 pessoas tentaram se suicidar ingerindo agrotóxicos, notadamente o paraquate e o glifosato entre 2010-2019. O tal “remédio” das plantas por ser conhecido pelos efeitos mortais do sistema neurológico das pessoas, é utilizado segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) para o autoenvenenamento.

Em 2009, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para a precaução ao suicídio relacionado aos agrotóxicos e destacou a necessidade de retirar de mercado todos os produtos considerados altamente e extremamente tóxicos.

O glifosato é de longe o ingrediente ativo mais comercializado no país, segundo o Ibama – vende quatro vezes mais que o segundo colocado, o herbicida 2,4-D. Já o paraquate aparece em sexto lugar. Esses produtos são utilizados em culturas como soja, arroz e fumo, fundamentais para o PIB agrícola brasileiro. São tidos como vitais para o setor agropecuário, que costuma investir pesado no lobby contra a proibição desses produtos, destacando possíveis prejuízos econômicos.

O paraquate é proibido na União Européa desde 2017 e na China desde 2015. Ele é prodizido em países apenas da União Europeia e China para exportação e é desovado no Brasil.

Dirigentes Químicos em defesa da vida e da saúde

Para Airton Cano, coordenador político da Fetquim, “precisamos ter produtos químicos na agricultura que fortaleçam a sáude das pessoas e ajudem a combater a fome! Devemos fortalecer tecnologias na área química permanentemente para a vida. Bolsonaro ao apressar as liberações de produtos, inclusive importados, quer reforçar o projeto fascista que promove a mortandade como fez até agora com o desleixo vergonhoso com a covid, se omitindo na compra de vacinas.”

Para André Henrique Alves, secretário de Saúde da Fetquim, e diretor dos Unificados de Campinas, “o governo pretende com esses novos pedidos de liberação de agrotóxicos garantir a reformulação de velhos agrotóxicos já proibidos no mundo e empurrar guela abaixo para o consumidor esses venenos. Teremos a continuidade de problemas como vivemos aqui em Campinas com o caso Shell/Basf (produtoras de agrotóxicos), que tiveram uma série de doenças depois de anos de exposição: doenças renais, diversos transtornos psicológicos, câncer no fígado e problemas gástritos entre outros. Esse problema não é só restrito para quem produz, mas também para o povo que consome produtos onde se utilizam agrotóxicos. Além de combater Bolsonaro, e o regresso da Ditadura Militar,  é não permitir que esses produtos que são proibidos lá fora sejam liberados aqui. É importante que o Ministério da Saúde volte a atuar a fim de proibir produtos prejudiciais à saúde de todos.”