O dia 25 de novembro como o “Dia da Não Violência Contra a Mulher” foi decidido por organizações de mulheres de todo o mundo reunidas em Bogotá, na Colômbia, em 1981 em homenagem às irmãs Mirabal, que responderam com sua dignidade à violência, não somente contra a mulher, mas contra todo um povo. A partir daí, esta data passou a ser conhecida como o “Dia Latino Americano da Não Violência Contra a Mulher”.
A secretária da Mulher Trabalhadora da Fetquim, Rosangela Paranhos, alerta para o aumento da violência contra a mulher durante a pandemia e para a urgência nas ações de combate à violência em tempos de isolamento social, tais como:
- Garantir o atendimento 24 horas do Ligue 180, Disque 100 (violação aos direitos humanos) e 190 (Polícia Civil), e a manutenção do trabalho dos Conselhos Tutelares por plantão presencial ou via telefone, WhatsApp, aplicativos para celulares e por meio digital para as denúncias de violação de direitos;
- Garantir a agilidade do julgamento das denúncias de violência contra a mulher, que podem ser solicitadas pela vítima ao delegado(a) de polícia ou por meio do Ministério Público, visando a instalação de medidas protetivas de urgência, quando necessárias;
- Reforçar as campanhas publicitárias nos sindicatos para que tenham como foco central a importância de que todos “metam a colher em briga de marido e mulher”. Da mesma forma, são necessárias as campanhas de alerta sobre os diferentes tipos de maus-tratos contra crianças, idosos e adolescentes. Vizinhos, parentes, colegas de trabalho e amigos podem fazer toda a diferença em uma situação como essa;
- Incentivar as iniciativas de apoio às mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência, baseando-se no acolhimento e aconselhamento psicológico, socioassistencial, jurídico e de saúde;
- Dentro do possível, criar mecanismos para que mulheres em situação de violência busquem fazer o distanciamento social acompanhadas de outros familiares que não apenas o marido agressor e os filhos;
- Em situações extremas,auiliar num plano de fuga seguro para a mulher e seus filhos.
"O papel do sindicato é defender e auxiliar a vida do trabalhador e da trabalhadora como um todo, por isso precisamos tratar destas questões tanto internamente, afastando dirigentes e líderes que tenham comportamentos agressivos, racistas e violentos, como fazendo campanha de conscientização e ações de auxílio a quem é vítima de violência, preconceito e assédio", defende Rosângela Paranhos.
A Campanha Mundial de Combate à Violência contra Mulheres se estende até o dia 10 de dezembro, “Dia Internacional dos Direitos Humanos”.
Entenda a data
Las Mariposas, como eram conhecidas, as irmãs Mirabal – Patria, Minerva e Maria Teresa – foram brutalmente assassinadas pelo ditador Trujillo em 25 de novembro de 1960 na República Dominicana. Neste dia, elas regressavam de Puerto Plata, onde seus maridos se encontravam presos. Elas foram detidas na estrada e foram assassinadas por agentes do governo militar. A ditadura tirânica simulou um acidente.
Minerva e Maria Teresa foram presas por diversas vezes no período de 1949 a 1960. Minerva usava o codinome “Mariposa” no exercício de sua militância política clandestina. Elas lutavam por soluções para problemas sociais de seu país. Este horroroso assassinato produziu o rechaço geral da comunidade nacional e internacional em relação ao governo dominicano, e acelerou a queda do ditador Rafael Leônidas Trujillo.
Em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), proclama esta data como o ”Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher” a fim de estimular que governos e sociedade civil organizada nacionais e internacionais realizem eventos anuais como necessidade de extinguir com a violência que destrói a vida de mulheres considerado um dos grandes desafios na área dos direitos humanos.