O 2º Encontro de Mulheres da Intersindical foi aberto na manhã desta sexta-feira (15/03) no hotel San Raphael, centro de São Paulo, com homenagens a uma das maiores lideranças feministas e do movimento negro que o Brasil já teve: a vereadora do PSOL, Marielle Franco, executada de forma brutal há um ano.
“Vamos sair daqui com uma moção cobrando do governo brasileiro uma posição sobre o assassinato de Marielle, que o governo diga quem mandou matar e por que”, disse Conceição Holanda, do Sintepp, o maior sindicato da região norte do Brasil, ao abrir os trabalhos do dia.
Representando o PSOL, Sonia Guajajara, trouxe a espiritualidade dos indígenas para o debate, mostrando que é possível transformar a tragédia em mudança social. “Nós somos frutos, mas também somos sementes”. “Nós indígenas dizemos que liderança a gente não enterra, a gente planta”, disse referindo-se à Marielle Franco.
“Uma lutadora nunca morre: Micaela Bastidas e Marielle Franco presentes!”, conclamou Carmela Sifuentes, vice-presidenta da Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Peru (CGTP).
Vídeo especial
Anielle Franco, irmã de Marielle, enviou um vídeo especial às participantes do 2º Encontro de Mulheres da Intersindical agradecendo pelas homenagens e palavras de força.
“Só a gente sabe o que é acordar todo o dia e ter que provar quem é Marielle e a essência de Marielle, agradecemos o que vocês têm feito e o que puderem ainda fazer, enviar energia positiva, pois não tem sido fácil”, desabafou.
“Mariellle é gigante, esse movimento que ela começou mexe e mexeu com todo o mundo e ela despertou outros gigantes, como eu, ela representava várias minorias. Eles não vão calar Marielle e nem a nossa voz! Marielle presente sim, ela vive sim, é assim que vamos mudar essa realidade dolorosa neste país”, afirmou Anielle.