São tantos os debates a fazer … são tantas coisas a fazer...

Sempre próximo ao 8 de Março sou convidada a falar, opinar ou participar de mesas de debate sobre o Dia Internacional da Mulher. Sempre me coloco à disposição e muitas vezes vou aos atos organizados pelo Movimento de Mulheres, isso pela responsabilidade que tenho de estar no sindicato dos Quimicos Unificados Eestar à frente da secretaria de Gênero da Fetquim.

Nessas ocasiões sinto o quanto é importante estar nesses lugares. No entanto, sinto também que o cotidiano me consome e não é possível manter só o foco nas questões, problemas e necessidades das mulheres e o debate com o olhar preocupado e estudado para se pronunciar em publico se mistura com outros assuntos.

E o que me consome?

A realidade como de tantas outras mulheres. Em primeiro lugar, toda nossa complexidade, desde a decisão de com que roupa eu vou aos sangramentos mensais. Segundo, por ser mãe e ter os dramas e felicidades dessa maravilhosa e dolorosa experiência que só as mulheres podem ter. Depois, esposa com as dificuldades e alguns prazeres da convivência a dois. E ainda como trabalhadora e dirigente sindical. Com tudo isso, estou no desafio de fazer uma faculdade, minha primeira, pois antes não tive tempo. E ainda não acabou, pois como cristã que sou tenho que arrumar tempo para ir à igreja.

Dessas tarefas, algumas são por opção; outras levadas pelos caminhos e descaminhos da vida! O que importa é que isso me faz humana, igual tantas outras mulheres e essas atividades podem  levar a admiração, respeito, dores e dissabores, enfim, a viver em um mundo de exigências, e nós nos exigimos demais.

Finalizo essa reflexão, e posso chamar assim, dizendo que minha vida é uma militância pela luta dos trabalhadores e também das trabalhadoras, pela liberdade e dignidade das pessoas. E, sinceramente, espero que isso seja visto como uma luta pelas mulheres em especial que levam uma vida assim.…